Amazonas é alvo da PF em esquema do ouro que faturou R$ 1 bi

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Pirâmide de Ouro para desmantelar esquema criminoso de venda ilegal de ouro entre os estados do Norte e Sudeste

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Diamantino Junior

Publicado em: 29/02/2024 às 10:49 | Atualizado em: 29/02/2024 às 11:24

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram a Operação Pirâmide de Ouro na manhã desta quarta-feira (28/2) em quatro estados brasileiros: Pará, Amazonas, Rondônia e Paraná.

Esta operação visa desmantelar um esquema criminoso de venda ilegal de ouro da Região Norte para o Sudeste do país, estimado em mais de R$ 1 bilhão. Como resultado da operação, uma pessoa foi presa e 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal do Amazonas e são direcionados a suspeitos envolvidos em crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, usurpação de bens da união, falsidade ideológica e uso de documento falso. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens de 24 alvos envolvidos no inquérito.

A investigação que originou a Operação Pirâmide de Ouro teve início após a apreensão de 7,5 quilos de ouro no Aeroporto Internacional de Belém, no dia 1º de setembro de 2022, em uma operação conjunta da PF e da Receita Federal.

Na ocasião, o passageiro que transportava o ouro não foi preso em flagrante, mas nesta quarta-feira (28/2), ele foi um dos detidos na operação, juntamente com dois de seus filhos, todos suspeitos de participação no mesmo esquema criminoso.

Mesmo após a detenção no aeroporto, o suspeito continuou transportando o ouro extraído de garimpos ilegais nos estados do Amazonas e Rondônia em voos comerciais para o estado de São Paulo.

Segundo a PF, em um período de 11 meses, o suspeito embarcou em 27 voos semelhantes entre Curitiba, Porto Velho, Manaus e Campinas, com quantidades cada vez menores de ouro para evitar suspeitas.

O esquema criminoso envolvia a utilização de empresas fictícias para dar aparência de legalidade às transações, com a emissão de notas fiscais falsas.

Além disso, o ouro era adulterado para mascarar sua origem ilegal e parecer legal.

Um dos presos é sócio de uma empresa sem funcionários, que movimentou R$ 1,5 bilhão em três anos e meio, entre junho de 2020 e setembro de 2022.

A perícia da PF encontrou fortes evidências de fraude, corroborando as suspeitas da investigação. Diante disso, a Justiça determinou o sequestro de contas bancárias e a suspensão das atividades da empresa envolvida, bem como a permissão de lavra garimpeira.

A Receita Federal colabora com as investigações, compartilhando informações que contribuem para desmantelar o esquema criminoso de venda ilegal de ouro da Região Norte para o Sudeste do país.

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Foto: Reprodução