PF ataca Inpe por conta de veto do TCU ao contrato milionário de satélites

A ministra Ana Arraes, do TCU, suspendeu o contrato da PF com a Planet, no valor de R$ 49 milhões, que fornece imagens de satélites semelhantes as fornecidas pelo Inpe

PF ataca Inpe por conta de veto do TCU ao contrato milionário de satélites

Publicado em: 19/09/2020 às 15:10 | Atualizado em: 19/09/2020 às 14:09

A Polícia Federal declarou guerra ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A PF diz que o Inpe provoca desinformação contra novas iniciativas para não perder a hegemonia da narrativa e do conhecimento do desmatamento no Brasil.

As declarações foram dadas em um processo no TCU sobre a compra de imagens de satélites.

 

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No ofício, a polícia afirma que o trabalho do órgão é insuficiente e não atende à demanda da segurança pública.

A PF compara o Inpe aos taxistas, que tentaram proteger seu mercado de atuação impedindo a entrada da Uber.

 

Suspensão de contrato

 

Como mostrou o Painel nesta sexta (18), a ministra Ana Arraes, do TCU, suspendeu o contrato da PF com a Planet, que fornece imagens de satélites.

Ela afirmou que o sistema, em tese, não agrega vantagens em relação aos que já são usados pelo Inpe ou gratuitos.

O acordo custou R$ 49 milhões e foi bancado pelo Ministério da Justiça.

 

PF usa imagens no Amazonas

 

A PF já utilizava as imagens no Amazonas e requisitou recursos ao ministro André Mendonça para expandir o programa para outros locais.

Delegados e peritos afirmam que a Planet oferece a melhor resolução temporal e de imagem do mercado, sendo útil para outras investigações, além das ambientais.

 

Ataque o Inpe

 

No ofício enviado ao TCU, a PF diz que técnicos do Inpe usam de desonestidade intelectual para desinformar a imprensa e conseguir impedir que novos sistemas sejam contratados.

Afirma ainda que constatou que o sistema do Inpe gera alertas de desmatamento com atraso superior a três meses.

Na decisão, a ministra pede informações à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e também ao Inpe, para saber se os serviços são de fato redundantes.

Ela vai avaliar se o contrato deve ser anulado.

A PF diz que, enquanto isso, operações contra queimadas vão ficar prejudicadas.

 

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Foto: reprodução