A PF ( Polícia Federal) com sede em Tabatinga, no Amazonas, começa a investigar a denúncia de ataque armado de pescadores ilegais no Vale do Javari, município de Atalaia do Norte (AM). Tabatinga fica a 1.106 quilômetros de Manaus. Já o Vale fica a 171 quilômetros de Tabatinga.
A investigação foi aberta na quinta-feira (17), segundo informou o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes.
De acordo com a publicação da Folha e vários portais de notícias como a CNN Brasil, policiais foram enviados ao Javari para ouvir indígenas kanamari e tentar identificar os supostos agressores.
Por seu lado, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava ) informou que está finalizando o ajuste com a Polícia Federal sobre as primeiras atuações no caso, e que comentará a situação “tão logo as primeiras diligências da PF sejam realizadas”.
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Caso Bruno
A região ficou em evidência em junho deste ano, após a morte do jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira Araújo.
Ambos foram considerados desaparecidos a partir do dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, área de terras indígenas no Amazonas.
Após o caso ganhar repercussão, diversas figuras públicas, ambientalistas, ativistas, artistas e políticos de oposição foram a público cobrar providências urgentes para a busca da dupla.
Réus
São réus no processo Amarildo Oliveira, o Pelado; seu irmão Oseney de Oliveira, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. Os dois primeiros viviam numa comunidade ribeirinha vizinha à terra indígena e são acusados de explorar a pesca ilegal na região. Eles decidiram matar Bruno e Dom por causa da ofensiva do indigenista contra a atividade criminosa, segundo o MPF.
A PF investiga ainda outros pescadores das comunidades, sob a suspeita de participação na ocultação dos cadáveres.
Há ainda um inquérito que investiga uma rede criminosa de pesca na terra indígena e a possibilidade de conexão dessa rede com os assassinatos.
O comando do grupo é atribuído pela PF a Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia. Ele foi preso por uso de documentos falsos e transferido a Manaus. Depois, foi solto mediante pagamento de fiança e cumpre prisão domiciliar.
A Justiça Federal apontou um “receio de queima de arquivo” e decidiu transferir Amarildo a um presídio federal. Ele foi levado à penitenciária federal em Campo Grande (MS), que deve ser o mesmo destino de Oseney e Jefferson.
Com informações da CNN e da Folha
Foto: Ministério da Defesa/divulgação via Reuters/junho/2022