A população da pequena Amaturá, de apenas 11 mil habitantes, a menor do estado, ficou escandalizada nesta terça, dia 11.
Diante de afirmação do seu antecessor João Braga Dias (PT) de que deixara R$ 11 milhões em espécie no cofre público do município, o prefeito Joaquim Corado (PMDB) tomou uma medida inédita: mandou abrir o cofre em praça pública, diante de centenas de moradores.
A surpresa foi geral quando o cofre foi arrombado: tinha apenas seis centavos de real, em moedas.
O assombro dos amaturaenses foi maior com o outro objeto encontrado no cofre: documento que pode ser a ponta de um esquema de propina a vereadores de legislatura passada.
Consta nesse documento um acordo antigo que teria sido celebrado entre vereadores para o rateio entre eles de sobras dos repasses à Câmara Municipal, mais de R$ 10 mil por mês.
Esse acordo ilegal valia enquanto o vereador Jonas Eufrázio (PTN), reeleito, fosse presidente da casa. Hoje ele não dirige mais a câmara.
Corado afirmou ao BNC que pediu um parecer de sua procuradoria jurídica para decidir as providências que vai tomar. O prefeito informou que vai levar o caso à Justiça e ao TCE.
Segundo Corado, chama atenção também que esse acordo seria para a eleição da mesa diretora da câmara em 2008, quando Braga era prefeito.
Corado não soube responder por que o documento que pertence ao legislativo local estava guardado no cofre da prefeitura.
Disse ao BNC que tomou tal medida porque o ex-prefeito não lhe passou as chaves do cofre, muito menos o segredo, e usava esse boato, agora provado, para jogá-lo contra a população.
Braga inclusive declarou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), em prestação de contas de sua gestão, que estava deixando os R$ 11 milhões como reserva para o próximo prefeito.
O documento que estava no cofre, datado de 2008, tem a assinatura de três vereadores da época: Santinho Barbosa, Eliano Félix e Jonas Eufrázio
Veja o vídeo da atitude inédita do prefeito de Amaturá:
Fotos: Divulgação