O presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM) e prefeito de Manaquiri, Jair Souto (foto ), encaminhou, nesta segunda-feira, dia 18, ofício ao governo federal pedindo que o Ministério da Saúde flexibilize, por um prazo de 90 dias, as regras de atuação dos profissionais do programa “Médicos pelo Brasil”.
A solicitação da AMM é para que os médicos, que estão atendendo no interior do Amazonas, não somente atendam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) os serviços ambulatoriais, mas que possam também ajudar nos hospitais principalmente no atendimento aos pacientes com coronavírus (covid-19).
Em outro documento, o prefeito de Lábrea, Gean Campos Barros, pede ao MS a ampliação da equipe médica do programa federal para ajudar a conter os casos de coronavírus no município.
Os prefeitos do Amazonas pediram a interveniência política do deputado federal Átila Lins (PP-AM), que já está encaminhando as demandas dentro do Ministério da Saúde.
Demanda dos prefeitos
No ofício, o presidente da AAM, Jair Souto, informa ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que no último dia 15 de janeiro de 2021, reunidos virtualmente, os prefeitos do Amazonas analisaram o cenário de combate à covid-19 no estado e suas implicações para a administração municipal.
Nessa reunião, estabeleceu-se diversos encaminhamentos entre os quais, solicitar apoio ao Ministério da Saúde para flexibilização da atuação dos profissionais do programa “Médicos pelo Brasil”,
“Essa flexibilização permitirá que os mesmos atuem também em ambulatórios, sobretudo no combate à pandemia do coronavírus”, diz o documento.
Vale ressaltar que, embora possua aproximadamente 47,25% da população do Estado do Amazonas, os casos no interior correspondem a 57,34%, mas apenas 34,22% dos óbitos.
“Tais números são alcançados porque temos atuado preventiva e prematuramente com muito sucesso, mas também porque as estruturas de tratamento de casos graves se concentram em Manaus”, ressalta Souto.
Entre as diversas variáveis que compõem o combate aos casos graves, estão os recursos humanos, que também se concentram na capital, complementa o presidente da AAM.
Dificuldades no interior
De acordo com o prefeito de Manaquiri, historicamente, o interior do Amazonas possui grande dificuldade para a contratação de médicos e a imensa maioria de profissionais do Programa “Médicos pelo Brasil” tem demonstrado boa vontade para atuação na linha de frente do combate à pandemia.
Todavia, eles e os prefeitos, prezam pelo cumprimento integral das regras do programa, daí a importância da alteração específica desta regra.
Pedido de Lábrea
Em outro ofício ao Ministério da Saúde, o prefeito de Lábrea, Gean Campos de Barros, solicita, em caráter emergencial, a ampliação e contratação de cinco profissionais do Programa “Médicos pelo Brasil”.
O prefeito relata que o município conta com sete profissionais do programa e que executam o atendimento voltado à atenção básica.
De acordo com Gean Barros, atualmente, dos sete profissionais integrantes do “Médicos pelo Brasil”, três estão afastados, cujas razões vão desde a infecção por covid-19 ou mesmo pelo próprio desgaste físico e mental do profissional, tão sacrificado nos últimos meses.
O prefeito afirma ainda que o cenário da cidade de Lábrea é preocupante e requer uma atenção especial do Ministério da Saúde.
Até o dia 13 de janeiro de 2021, o município contava com 4.144 casos confirmados de coronavírus, sendo 12 internados e 47 óbitos.
“Portanto, há necessidade de implementar medidas a fim de resguardar o interesse da coletividade, na prevenção de contágio pelo novo coronavírus”, argumenta Gean Barros.
Encaminhamentos
O deputado federal Átila Lins (PP-AM) informou ao “BNC* que já fez chegar ao ministro da Saúde , Eduardo Pazuello, através da Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, Mayra Pinheiro, o expediente enviado pelo presidente da AAM, Jair Souto
“Atualmente, esses profissionais se recusam a atuar nos hospitais, alegando que a legislação que os contratou, não permite. Daí não aceitarem a convocação dos prefeitos para trabalhar nos hospitais nas suas folgas”, explica Átila.
O parlamentar afirma que em Labrea, por exemplo, há sete profissionais que poderiam ajudar muito no enfrentamento da covid-19 naquela cidade e o prefeito pagaria os plantões, no entanto, não aceitam preocupados com as normas desse programa.
Átila Lins afirmou que tem certeza que o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, permitirá essa flexibilização para ajudar o interior do Amazonas
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