Prefeitos e garimpeiros do Madeira vão ao encontro da bancada AM

A reunião, chamada pelo coordenador Omar Aziz, vai buscar soluções e mediar o conflito na região

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 30/11/2021 às 16:51 | Atualizado em: 30/11/2021 às 16:51

O coordenador da bancada do Amazonas, no Congresso Nacional, senador Omar Aziz (PSD-AM) marcou para amanhã, quarta-feira (1), em Brasília, uma reunião com os prefeitos da calha do rio madeira e dois representantes dos garimpeiros.

O encontro tem um objetivo de buscar uma solução ou intermediação do conflito surgido na região por conta da ação da Polícia Federal, no último fim de semana, que incinerou as balsas de extração em combate ao garimpo ilegal do rio Madeira.

A ação policial e dos órgãos ambientais do governo federal foi denunciada pelo deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM). Em discurso, na sessão do Congresso Nacional, o parlamentar classificou como “verdadeiro terrorismo” o que aconteceu no Madeira.

Para Silas Câmara, o que deveria ter ocorrido era um encontro conciliatório para buscar regularização definitiva da atividade de mineração.

“O que aconteceu nos últimos dias foi que, na ausência do Estado brasileiro, na hora de fazer a conciliação, de fazer um grupo de trabalho para regularizar uma atividade de extrativismo mineral e artesanal, que já foi regularizada naquela região e funcionou muito bem, agrediram os moradores daquela região, colocando fogo em suas residências flutuantes, na maioria, deixando famílias à beira do rio Madeira abandonadas”, disse o deputado da tribuna do Congresso.

Na visão de Silas, a imprensa nacional e local, nos últimos de dez dias, vem fazendo um alarde “fora do comum”, sem conhecer a realidade, sem fazer uma reportagem profunda do que significavam as centenas de balsas posicionadas próximas à comunidade Rosarinho na região do baixo Madeira.

De acordo com o parlamentar, a região do rio Madeira tem cerca de 8 mil unidades daquelas ferramentas que não são apenas balsas para extração mineral extrativista domiciliar ou artesanal naquele rio, mas principalmente casas.

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Dados estatísticos

Para mostrar os impactos sociais e econômicos, Silas Câmara apresentou números. Segundo ele, 30% da economia do rio Madeira, que tem mais de 350 mil moradores homens e mulheres, dependem da atividade extrativista mineral, domiciliar e artesanal naquela região.

“Agora, cerca de 70 mil homens e mulheres têm impacto direto nessa atividade, já que são cerca de 8 mil famílias que estão diretamente ligadas a essa atividade, sem contar o comércio local, sem contar o impacto na economia”, declarou.

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Apelo ao presidente Bolsonaro

Aliado ao governo Bolsonaro, Silas Câmara fez um apelo ao presidente da República, “que talvez nem saiba o que está acontecendo na calha do rio Madeira”, e ao vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho da Amazônia.

“O governo, por meio dos órgãos de controle da Polícia Federal e também do Ministério do Meio Ambiente, faça uma intervenção inteligente, rápida, objetiva, respeitando as vidas, a economia e as características locais.

E em nome da bancada do Amazonas no Congresso Nacional, clamou ao governo federal para que cesse imediatamente a ação policial considerada por ele irresponsável, descomprometida com a vida e com a economia da região.

O deputado do Amazonas fez esse mesmo apelo ao ministro da Justiça, com esteve nesta terça-feira (29). Silas Câmara também apresentou requerimento para realização de audiência pública na Comissão de Minas e Energia para tratar do conflito no rio Madeira.

Foto: Reprodução/ Vídeo