Quilombo do Andirá é reconhecido como terra de famílias quilombolas
O documento, expedido pelo Incra, assegura a área de 27,8 mil hectares como propriedade comum de todos os moradores da área

Wilson Nogueira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 01/08/2024 às 22:15 | Atualizado em: 01/08/2024 às 23:16
Quinhentas famílias do quilombo do Andirá, localizado no rio do mesmo nome, no Amazonas, receberam neste dia 1⁰ de agosto a portaria de reconhecimento de território ocupado por quilombolas.
O documento, expedido pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), assegura a área de 27,8 mil hectares como propriedade comum de todos os moradores da área.
O quilombo é composto pelas seguintes comunidades:
- Boa Fé
- Ituquara
- São Pedro
- Santa Tereza do Matupiri
- Trindade
A partir de agora, essas famílias de quilombolas terão acesso a programas sociais e fomento dos governos federal, estadual e municipal da Prefeitura de Barreirinha.
No Incra, por exemplo, podem se habilitar ao fomento de R$ 6 mil e mais R$ 75 mil para construção de moradia, por família.
Esses recursos serão liberados mediante cadastro realizado e aprovado pelo Incra.
“Já das partes do governo estadual e do município, é necessário que coloquem as demandas do quilombo em discussão, por meio de acordos entre as partes”, disse o coordenador de governança fundiária do Incra, João Pedro Gonçalves.
A luta pelo reconhecimento do quilombo vem de há dez anos, período em que seus moradores passaram a receber pressão de madeireiros do Pará e criadores de gado de Parintins.
Leia mais
Incra reconhece terra quilombola em Barreirinha, no Amazonas
Festa
As lideranças quilombolas fizeram uma festa para o ato de entrega da portaria, realizada por Gonçalves.

João Xisto Neto e dona Maria Amélia dos Santos foram homenageados pelas comunidades e pelo coordenador do Incra pela dedicação e exposição das suas vidas na defesa da área contra depredadores da floresta.


Também participaram do evento as professoras Universidade Federal do Amazonas(Ufam) Magela Andrade Ranciaro e Aldirene Cordeiro, que atuam como pesquisadoras do quilombo e contribuíram com a sustentação sociocultural da existência do território.
Fotos: divulgação