RelatĂ³rio do Cimi aponta estados que lideram crimes contra indĂ­genas

Ano de 2020 foi trĂ¡gico para os povos indĂ­genas, que tiveram sua situaĂ§Ă£o agravada pela pandemia e por ações e omissões do governo federal

RelatĂ³rio do Cimi aponta estados que lideram crimes contra indĂ­genas

Publicado em: 29/10/2021 Ă s 07:15 | Atualizado em: 29/10/2021 Ă s 07:15

O relatĂ³rio do Cimi (Conselho Indigenista MissionĂ¡rio) divulgado ontem (28) aponta estados que lideram crimes contra indĂ­genas como nĂºmero de invasões, violações de direitos e assassinatos.

Como resultado, o estado de Roraima respondeu por mais de um terço de crimes como invasões, violações de direitos e assassinatos com 66 ocorrĂªncias.

Em seguida vem os estados do Amazonas (41) e Mato Grosso do Sul (34).

Com isso, o ano de 2020 foi trĂ¡gico para os povos indĂ­genas no Brasil, que tiveram sua situaĂ§Ă£o agravada pela pandemia e por ações e omissões do governo federal.

Segundo a Folha, o documento da entidade afirma que houve aumento no nĂºmero de casos de violações a terras indĂ­genas, exploraĂ§Ă£o ilegal de recursos e assassinato de integrantes dos diversos povos no paĂ­s.

Dessa maneira, tudo isso num ambiente em que a covid-19 espalhou-se pelas Ă¡reas indĂ­genas, levada muitas vezes por invasores.

“A grave crise sanitĂ¡ria provocada pela pandemia do coronavĂ­rus, ao contrĂ¡rio do que se poderia esperar, nĂ£o impediu que grileiros, garimpeiros, madeireiros e outros invasores intensificassem ainda mais suas investidas sobre as terras indĂ­genas”, diz o documento.

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Casos

Na contabilidade do Cimi, houve 263 casos registrados no ano passado de invasões, exploraĂ§Ă£o ilegal de recursos e danos ao patrimĂ´nio.

Isso representa um nĂºmero maior do que o de 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), quando houve 256 registros.

AlĂ©m disso, houve um salto de 137% sobre 2018, Ăºltimo da gestĂ£o de Michel Temer (MDB), em que ocorreram 111 episĂ³dios do tipo.

O relatĂ³rio do Cimi tambĂ©m registra um nĂºmero expressivo de outras violações a direitos indĂ­genas, como omissĂ£o e morosidade na regularizaĂ§Ă£o de terras (832 casos) e conflitos relativos a direitos territoriais (96).

Tamanha permissividade, afirma a entidade, contribuiu para que a covid-19 impactasse de maneira muito severa populações que jĂ¡ sĂ£o vulnerĂ¡veis.

“Em muitos casos, o vĂ­rus que chegou Ă s aldeias e provocou mortes foi levado para dentro dos territĂ³rios indĂ­genas por invasores que seguiram atuando ilegalmente nestas Ă¡reas em plena pandemia”, diz o texto.

Leia mais em Folha de S. Paulo.

Foto: Andressa Zumpano/ArticulaĂ§Ă£o das Pastorais do Campo