Rio Amazonas: empresas já deslocam estrutura do píer de Itacoatiara
Com isso, os portos privados começam a executar um plano desenhado desde março, quando surgiram as primeiras previsões da estiagem 2024

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 28/08/2024 às 23:02 | Atualizado em: 29/08/2024 às 10:15
A montagem do píer flutuante no rio Amazonas, no município de Itacoatiara e nas proximidades da foz do rio Madeira, começou neste dia 28 de agosto. As empresas privadas Chibatão e Super Terminais iniciaram o deslocamento da pesada estrutura de quatro módulos portuários, de 60 metros cada um, a partir de Manaus.
Com isso, os portos privados começam a executar um plano desenhado desde março, quando surgiram as primeiras previsões de que os rios da Amazônia vão enfrentar seca mais severa de que a 2023.
Conforme as medições diárias dos níveis dos rios Negro, Solimões e Madeira, sobretudo, a vazante se acentua a cada dia. Todos estão hoje com, pelo menos, 3 metros abaixo do volume de água do ano passado, que já foi a maior seca dos últimos 100 anos.
Dessa forma, a estrutura portuária foi pensada para uma região estratégica para a indústria e o comércio da Zona Franca de Manaus (ZFM). São pelos rios Amazonas, Solimões e Madeira que entram e saem insumos e produtos da capital para o país e ao exterior.

Em 2023 essa operação foi bastante prejudicada porque não houve um plano preventivo elaborado a muitas mãos, como agora.
As empresas portuárias privadas atuam em conjunto com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). Com isso, Chibatão e Super Terminais obtiveram as licenças ambientais do estado, emitidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Marinha, Suframa e Receita Federal, entre outros órgãos, também já deram o aval para a montagem do píer provisório, que deve funcionar de setembro a
Para o governador do estado, Wilson Lima, o píer no rio Amazonas é uma alternativa importante para a circulação de navios cargueiros. “É uma medida importante porque elimina a possibilidade de desabastecimento em Manaus e outros municípios”.
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Operação do píer
Batizada de operação Itacoatiara, o píer flutuante foi planejado para funcionar 24 horas em todos os dias da semana, em três turnos de trabalhadores.
Conforme as empresas, nesse terminal será descarregada toda a carga dos navios e transbordar para balsas que seguirão até o porto de Manaus.
Para tanto, o píer estará equipado com guindastes, plataformas elevatórias, empilhadeiras e todos as ferramentas usadas na estrutura portuária tradicional.
O local escolhido para instalação do porto flutuante deve ter, no mínimo, 15 metros de profundidade no período mais crítico da vazante do rio Amazonas.
De acordo com o projeto, o tempo de deslocamento das balsas da foz do rio Madeira até Manaus (148 quilômetros) será de 12 horas de navegação. No sentido inverso, a viagem deve durar dez horas.
A atracação e desatracação dos navios serão realizadas exclusivamente durante o dia, segundo as empresas.
Em síntese, toda a operação é voltada para viabilizar a chegada da carga ao porto de Manaus, seja pelo navio com o calado aliviado, seja pela balsa, que tem menos possibilidade de encalhar em banco de areia ou de pedra.
Fotos: reprodução/vídeos