A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) deu início às negociações para resolver a situação dos 32 lojistas que ocupam as instalações do Shopping Cecomiz, em Manaus.
Pela primeira vez em quase 15 anos, um superintendente visitou o local, e Bosco Saraiva demonstrou a vontade política em resolver o impasse.
Uma das propostas discutidas é realocar os comerciantes para espaços públicos, como shoppings populares, galerias e feiras, a fim de garantir a continuidade de suas atividades diárias.
O centro comercial, impulsionado pelo projeto Zona Franca de Manaus (ZFM), enfrentou dificuldades após um incêndio e uma dívida acumulada de aluguéis. Agora, a Suframa e a Prefeitura Municipal de Manaus buscam uma solução em conjunto para a questão.
Impulsionado pelo projeto ZFM, o Shopping Cecomiz foi inaugurado nos anos 1970, próximo à Bola da Suframa, no bairro Crespo, zona Sul da capital amazonense.
Durante os anos 1990, o centro comercial prosperou, chegando a abrigar 106 lojas, um anfiteatro e uma área externa que oferecia diversas programações culturais e esportivas. Além disso, era um local bastante procurado para cerimônias de formatura.
No entanto, o cenário mudou drasticamente após um incêndio em outubro de 2009, que destruiu 88 estabelecimentos, e devido a uma dívida acumulada resultante da falta de pagamento dos aluguéis ao longo de uma década.
O shopping começou a ser desocupado, pois estava localizado em uma propriedade da Suframa, e um processo de reintegração de posse foi movido pelo Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC). Esse processo acabou chegando aos tribunais, tanto na Justiça Federal quanto no Tribunal de Contas da União (TCU).
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Nos últimos anos, o ambiente do Shopping Cecomiz não é mais o mesmo. O número de lojas em funcionamento reduziu significativamente. Apesar do litígio em andamento, alguns comerciantes, como Aldenízio Duarte, estão lutando para manter suas atividades e aguardam uma solução para o impasse.
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, reconhecendo a importância do assunto, visitou pessoalmente o local e ressaltou a disposição política tanto da Suframa quanto da prefeitura em resolver a questão o mais rápido possível, respeitando as determinações da Justiça.
Os diálogos entre a Suframa e a Prefeitura Municipal de Manaus têm sido intensificados, com a intenção de encontrar uma solução que atenda aos interesses dos lojistas e à legalidade do processo.
Essa visita do superintendente representa um marco significativo, já que é a primeira vez, em quase 15 anos, que um superintendente comparece pessoalmente para ouvir os proprietários dos estabelecimentos e seus advogados.
Aldenízio Duarte, um dos comerciantes afetados, considerou a visita do superintendente como um importante avanço, pois demonstra que a Suframa está interessada em compreender a história e as dificuldades enfrentadas pelos lojistas.
Ele sugeriu que, caso ocorra uma realocação, seja para locais próximos da Bola da Suframa, permitindo que os negócios continuem em uma área com alta visibilidade e fluxo de pessoas.
Foto: Isaac Júnior/Suframa