A denúncia de 30 mortes de pacientes da Covid-19 no interior do Amazonas por falta de oxigênio é feita por defensores públicos do Amazonas ao canal de TV fechada GloboNews na manhã desta quinta (21). A porta-voz foi a defensora Gabriela Gonçalves, que atua Polo da Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) no Baixo Amazonas, com sede em Parintins.
De acordo com ela, pacientes da doença em estado grave tem sucumbido no interior por falta de atendimento de alta complexidade e remoção para unidades com a estrutura. Hoje, somente Manaus possui leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva).
Gabriela Gonçalves também disse que as remoções dos pacientes do interior tem sido feita por meio de liminar judicial.
Em relação as mortes por asfixia e falta de remoção, a situação é a seguinte: No Hospital Regional de Coari, 7 pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio. Na zona metropolitana de Manaus, o município de Manacapuru já registrou 11 mortes por falta do insumo.
Em Parintins duas morreram a espera de remoção. Tefé foram seis óbitos por falta de remoção. Na cidade de Itacoatiara duas mortes foram especificamente por falta de oxigênio. Além disso, três mortes de pacientes que estavam aguardando leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Maués registrou uma morte por ausência de remoção.
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Amazonas não se resume a Manaus
Além disso, a defensora destaca que o Amazonas não se resume apenas a Manaus, como chegou a declarar o presidente da república, Jair Bolsonaro (Sem partido). Com mais de 4 milhões de habitantes no estado, metade se concentra na capital, e outra metade nos 61 municípios do interior.
Fura Fila
Segundo Gabriela Gonçalves “há um descontrole” no início da vacinação no Amazonas. De acordo com ela, “não está havendo transparência”.
“Há sim denúncias, de que o princípio da impessoalidade, que é um dever da administração pública, está sendo violado”, declarou.
Medidas
Conforme a defensora, uma das medidas adotadas pela DPE-AM foi uma recomendação contra a escassez da vacina, a nível municipal e estadual. O pedido é de prioridade para vacinação dos trabalhadores de saúde mais vulneráveis.
Segundo ela, as medidas judiciais serão tomadas caso seja comprovada o caso de impessoalidade. Gabriela também declarou que “não houve uma coordenação, não houve uma comunicação do ente superior, que é o Ministério da Saúde”.
“Então isso gera um efeito de cascata de desorganização, e possibilita que essa desordem facilite caminhos pra que esse princípio da impessoalidade seja violado”, disse a defensora pública.
Veja o trecho da entrevista:
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Foto: Reprodução/ Vídeo