UEA: expedição ambiental percorre 932 quilômetros do rio Madeira

Pesquisadores de Harvard vão mensurar a presença de mercúrio dos garimpeiros nas águas

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 17/04/2024 às 10:26 | Atualizado em: 17/04/2024 às 11:53

Em uma campanha inédita, o Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), iniciou neste dia 16 uma expedição de 932 quilômetros pelo rio Madeira. 

A expedição Iruri, que conta com apoio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), está prevista para se encerrar no dia 30 deste mês, no município de Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus). 

Conforme a UEA, serão analisados 161 parâmetros de qualidade, por meio de 54 pontos de coleta. 

O reitor André Zogahib disse que os dados coletados serão fundamentais para a criação de estratégias de preservação ambiental na região.

“O programa de monitoramento da UEA é ostensivo, com um trabalho de referência no estado. Hoje, damos mais um passo importante para a melhor compreensão da qualidade das águas da região”.

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Participação de Harvard

Os pesquisadores Evan Routhier e Olívia Pietz, alunos de doutorado da Universidade Harvard, orientados pela professora Elsa Sunderland, participam da expedição. 

Analisar a presença de mercúrio usado por garimpeiros na calha do rio Madeira é a tarefa dos norte-americanos.

O impacto que a poluição das cidades causa ao Madeira também será estudado pela expedição.   

O coordenador do programa,  Sérgio Duvoisin Júnior, afirmou que a proposta da expedição é original porque visa fazer campanhas ostensivas e regulares nos mesmos pontos e com os mesmos parâmetros. 

“Nossa ideia é entender o rio, entender como os elementos dentro das águas funcionam. É um trabalho complicado, mas muito recompensador e emocionante”.

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Os expedicionários 

A expedição tem sete pesquisadores do programa da UEA, dois pesquisadores de Harvard e dois repórteres.

Conforme a UEA, além do Ipaam, o programa tem apoio do Governo do Amazonas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam) e Secretaria de Meio Ambiente (Sema), do Tribunal de Contas (TCE-AM) e do Ministério Público (MP-AM).

Foto: Daniel Brito/Secom