Multas por crimes ambientais na AmazĂ´nia despencam 93%, diz estudo
Segundo Alex Lacerda, servidor do Ibama, com frequĂªncia escutam: "o presidente disse que vocĂªs nĂ£o podem mais fazer isso", quando vĂ£o a campo fazer autuações

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 19/07/2021 Ă s 07:44 | Atualizado em: 19/07/2021 Ă s 14:12
Multas pagas por crimes ambientais nos Estados da AmazĂ´nia Legal despencou 93% na comparaĂ§Ă£o com a mĂ©dia dos quatro anos anteriores. Isso em 2019 e 2020.
O dado faz parte de levantamento do Centro de Sensoriamento Remoto e do LaboratĂ³rio de GestĂ£o de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Como informa o portal `Terra`.
Como resultado, os pesquisadores mostram que mudanças em regras internas do MinistĂ©rio do Meio Ambiente. E na legislaĂ§Ă£o entre 2019 e 2020 dificultaram o trabalho de campo dos fiscais.
Assim como o andamento interno de processos ligados Ă apuraĂ§Ă£o de infrações ambientais, como desmate e extraĂ§Ă£o de madeira irregulares.
Dessa maneira, desde 2019, Bolsonaro tem sido alvo de crĂticas no Brasil e no exterior diante da explosĂ£o de queimadas e do desmatamento na AmazĂ´nia.
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Operações militares
AlĂ©m disso, para combater crimes ambientais, o governo aposta em operações militares – as Forças Armadas. PorĂ©m, nĂ£o aplicam sanções a quem desmata ou faz queimadas irregulares.
Contudo, apesar das tropas, a devastaĂ§Ă£o da floresta segue alta, com a maior taxa em 12 anos.
Dessa forma, segundo o estudo da UFMG, a média anual era de 688 processos com multas pagas entre 2014 e 2018 no Ibama. Uma autarquia ligada ao ministério.
Em 2019 e 2020, sob o comando do ex-ministro Ricardo Salles, os balanços foram 74 e 13 multas pagas (média de 44).
Desde que assumiu, Bolsonaro tem declarado seu propĂ³sito de parar a “indĂºstria da multa” e se posicionou contra medidas de fiscais.
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Processos recuaram
O nĂºmero de processos relacionados a infrações que envolvem a vegetaĂ§Ă£o julgados em 1ª e 2ª instĂ¢ncia tambĂ©m recuou. Por exemplo, de 5,3 mil anuais entre 2014 e 2018 para somente 113 julgamentos em 2019 e 17 no ano passado.
Os dados foram obtidos pelos pesquisadores via Lei de Acesso Ă InformaĂ§Ă£o.
O grupo diz que pedidos chegaram a ser negados e, depois houve envio de dados. Para especialistas, eventuais defasagens de registros sĂ£o pequenas e nĂ£o mudam o cenĂ¡rio.
EntĂ£o, procurado pelo EstadĂ£o desde segunda-feira, o ministĂ©rio nĂ£o se manifestou.
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Foto: Marcelo Camargo/AgĂªncia Brasil