Após valas comuns, Manaus passa a enterros com caixões em pilhas triplas

Aumento avassalador de enterros em Manaus levou prefeitura a adotar medida extrema, que causou contestação de familiares na hora do corpo ser dado à sepultura coletiva

Valas

Aguinaldo Rodrigues, da Redação

Publicado em: 27/04/2020 às 17:58 | Atualizado em: 27/04/2020 às 17:58

O colapso no sistema funerário com o avanço do coronavírus (covid-19) levou a Prefeitura de Manaus a adotar uma medida extrema, além das valas comuns que chocaram país a fora. Conforme nota que recebeu, o portal G1 afirmou que as covas coletivas serão mais fundas para caixões dispostos em pilhas triplas.

Só no último domingo (26), a prefeitura realizou 140 sepultamentos. Em tempos normais, a média na capital é de 30 enterros diários.

Mesmo assim, conforme a Secretaria de Limpeza Urbana (Semulsp), será possível rastrear todos os corpos sepultados nessas valas. Segundo o portal, a prefeitura oferece às famílias a opção de cremação por empresa funerária com sede em Iranduba.

De acordo com a manifestação de populares no cemitério Nossa Senhora de Aparecida, esse modo de empilhagem tripla foi contestado. A principal razão é a dificuldade posterior de identificação do corpo que está sendo sepultado.

“Muitos corpos em cima do outro, sem identificação nenhuma. Nós tivemos que nos arriscar. Tivemos que nos arriscar dentro do freezer, dentro do frigorífico, para identificar nosso pai”, disse um homem que tentava enterrar o corpo do pai.

Conforme informou ao G1, em nota, a prefeitura justificou a medida extrema diante da alta demanda de sepultamentos.

 

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Coronavírus galopante

Com base nos números divulgados nesta segunda (27), o Amazonas deve romper a barreira dos 4 mil casos confirmados de coronavírus amanhã. Pelos números oficiais, os mortos pela doença são 320. Portanto, números muito aquém da demanda por sepultamento.

Leia mais no G1/AM.

 

Foto: Reprodução/vídeo Jornal da Gazeta