“O boi é detentor do direito do espetáculo. Então, cabe aos bois decidirem o caminho, e claro, junto ao Ministério Público e aos órgãos fiscalizadores, de como será feita a venda dos ingressos”, disse o presidente do boi-bumbá Caprichoso, Rossy Amoedo, sobre um edital lançado neste dia 11 de dezembro pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Segundo o órgão do governo do Amazonas, os bois Caprichoso e Garantido não podem vender os ingressos e nem tão pouco os camarotes de festival folclórico de Parintins.
Contudo, o edital foi lançado pela manhã e retirado na tarde desta quarta-feira, dia 11.
Rossy explicou, por exemplo, que os bois assumiram, ao longo desses anos, compromissos que envolvem venda de camarotes. Famílias tradicionais dos bumbás que podem comprar seus camarotes e pessoas que contribuíram com o boi. Assim como, os próprios bois doam lugares no bumbódromo.
Dessa maneira, ele disse que essa decisão deixa o boi assustado, de perder esse domínio sobre a venda dos ingressos.
Conforme Rossy, o boi funciona o ano inteiro, não só nos dias de festival. “Uma das receitas que nós temos para fazer o boi rodar esses meses é a venda antecipada dos ingressos, que faz com que a gente pague folha de décimo, administrativo, negociação de energia, água, luz e parcelamentos de encargos federais”
Além disso, o presidente do Caprichoso explicou que há um contrato em vigor com a empresa Amazon Best, empresa que faz a venda dos ingressos.
Dessa forma, há um contrato. Se houver quebra de contrato, os bois pagarão a multa. “Quando nós entramos o contrato já estava em vigor”, disse.
Segundo Fred Góes, presidente do Garantido, a venda antecipada dos ingressos foi solicitada ao governo do Estado, por meio da SEC, pois é com esse recurso que se começa o trabalho para o festival. Isso havia sido comunicado ao secretário em uma reunião com os dois presidentes.
“De repente aparece um ofício proibindo a venda dos ingressos, de qualquer forma, a única coisa que eu acho ruim, é que a gente deveria ter sentado como sentou anteriormente. De repente parece que houve uma ruptura muito ruim, que prejudica o festival como um todo”, disse.
Para Fred, não há o menor interesse de entrar confronto com o Estado. “Nós temos certeza de uma coisa, não estamos praticando nada ilegal”, conclui Fred.
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Ação do MP-AM
Como divulgado ontem pelo BNC, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM), entrou com uma ação pública na Justiça.
Nesse sentido, o órgão pediu a suspensão da comercialização de ingressos até que sejam asseguradas condições mais justas e equilibradas.
De acordo com o MP-AM, a iniciativa é garantir a venda de ingressos avulsos para cada noite do evento, concomitante à comercialização dos pacotes completos para quem desejar. Ou seja, ampliando as opções de compra e promovendo o equilíbrio entre os consumidores.
Portanto, ambos os presidentes falaram sobre o assunto no programa Manhã de Notícias da Rede Tiradentes, nesta quinta-feira (12).
Veja o vídeo da entrevista com Rossy e Fred:
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil