Vereador PM Salazar é intimado pelo Tribunal do Júri
O chamado da Justiça do Amazonas é sobre o processo em que Salazar é suspeito pela execução de jovem em Manaus.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/07/2025 às 09:02 | Atualizado em: 23/07/2025 às 09:13
O vereador de Manaus Alexandre Salazar (PL), ex-sargento da Polícia Militar, foi intimado a depor em 9 de setembro no Tribunal do Júri da Justiça do Amazonas, onde responde por homicídio qualificado. Ele é acusado de derrubar e atirar seis vezes na cabeça de Felipe Kevin de Oliveira, de 18 anos, em 24 de junho de 2019, no bairro Colônia Santo Antônio.
Conforme o inquérito da Polícia Civil e denúncia do MP-AM, Salazar agiu como um “justiceiro”, com uso excessivo de força, mesmo com a vítima aparentemente desarmada.
Salazar, à paisana, teria derrubado a vítima de uma moto e disparado contra ela, mesmo após estar imobilizada, o que sugere execução em via pública, segundo o MP-AM.
Câmeras de estabelecimentos comerciais da rua registraram o crime.
Então lotado na 6ª Cicom, na Cidade Nova, zona norte, Salazar só começou a ser investigado como suspeito do crime cerca de um ano e meio depois do fato.
De acordo com o inquérito policial, o hoje vereador compareceu à Delegacia de Homicídios em dezembro de 2020 e, ao se reconhecer nas imagens das câmeras, admitiu ser o autor da execução da vítima.
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“Legítima defesa”
Em sua defesa, Salazar disse que agiu em legítima defesa, e que “não teve intenção de matar”, alegando troca de tiros, o que não é confirmado pela investigação dos agentes da Polícia Civil.
Além disso, Felipe estaria desarmado porque nenhuma arma foi encontrada com ele.
O MP-AM reforçou que, apesar de presunção de inocência, há evidências suficientes para prosseguir com o processo e sua tramitação aguarda o interrogatório de setembro.

Mais acusações
- • Histórico violento: interceptações da operação Alcateia (2025) revelam que Salazar comentou: “Dava pra eu ter matado os dois” em perseguição a supostos criminosos em 2015.
- • Inquérito militar: a PM apurou abuso de autoridade por divulgação ilegal de imagens de uma detenção em 2024.
- • Acúmulo de procedimentos: desde 2009, Salazar responde a 24 investigações, entre abuso de autoridade, crimes militares e ao menos três homicídios — sete ainda estão ativos.
Sargento x Coronel
O ex-subcomandante da PM do Amazonas coronel Claudenir Barbosa declarou recentemente sobre Salazar:
“Tu é um dos maiores bandidos que já passou pela Polícia Militar, e eu vou provar”, acompanhado de acusações de uso de drogas e promessa de provas em vídeo.
Salazar, por sua vez, apresentou exame toxicológico negativo, chamou o coronel de “fantoche” e criticou as acusações como “narrativas baratas”.
Foto: reprodução/inquérito