‘Vibe da gaiola’ tinha 200 menores de idade, drogas e sexo em Parintins

Vibe Parintins

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 23/12/2018 às 21:10 | Atualizado em: 23/12/2018 às 21:10

Uma operação puxada pelos Juizado e Promotoria do Ministério Público da Infância e Juventude flagrou na noite deste sábado, dia 22, mais de 200 menores de idade em uma festa (vibe) na cidade de Parintins. Desses, pelo menos 17 eram crianças.

A festa de música eletrônica, a “vibe” no linguajar do meio, foi organizada via redes sociais e batizada de “Baile da Gaiola”. Além de bebidas alcoólicas, havia no local venda de drogas diversas, como maconha, pasta-base de cocaína, oxi e crack.

Como consequência desse consumo desenfreado de bebidas e drogas, alguns adolescentes foram atendidos em hospitais da cidade em coma alcoólico e overdose.

Segundo a polícia, duas adolescentes foram drogadas e abusadas sexualmente na festa.

Quem afirma é o Comissariado da Infância e Juventude da Comarca de Parintins, que atuou na operação em conjunto com as polícias Militar e Civil, conselho tutelar e outros órgãos do município.

 

Pais chamados à responsabilidade

Todos os menores de idade na “vibe da gaiola” foram apreendidos e só liberados mediante a apresentação de seus pais ou responsáveis, que vão responder pelo caso.

De acordo com o comando da operação, a festa foi realizada sem autorização do poder público. Os organizadores do evento ilegal fugiram do local deixando para trás os equipamentos de som.

 

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Organizadores denunciados

O Ministério Público vai denunciar os organizadores por crimes como venda de bebida alcoólica e corrupção de menores de idade, tráfico de drogas, estupro de vulnerável e outros.

O local da vibe é um clube de campo da Associação Boi Caprichoso, no bairro Macurany, zona oeste da cidade.

 

Vibe Parintins 1

Operação chega ao clube onde acontecia a festa ilegal em Parintins

 

 

Leia abaixo a posição do responsável pelo local da vibe:

 

Nota de esclarecimento

A Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso vem a público manifestar seu total apoio à ação realizada pela Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Parintins, comandada pelo juiz Saullo Góes Pinto, realizada na madrugada deste domingo (23/12), em um evento no Clube de Campo desta associação e, ao mesmo tempo, fazer alguns esclarecimentos em relação à liberação do imóvel para que a programação fosse desenvolvida.

O Clube de Campo da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso é terceirizado para um grupo de artistas que tem à frente o artista e sócio Glaucivan Silva.

Dentro do contrato feito com o bumbá, em grandes eventos, com bilheteria e venda de bebidas alcóolicas, é cobrada uma taxa e a liberação de alvará para a realização do evento junto à Prefeitura Municipal de Parintins.

Entretanto, nesta época de fim de ano, o clube estava sendo locado apenas para a realização de confraternizações de empresas, com a cobrança de uma taxa simbólica para manutenção do clube.

O responsável do imóvel, Glaucivan Silva, afirma que foi enganado pelo responsável da festa, que fez a locação do clube para uma confraternização e ação social que teria início neste sábado (22/12), às 17h e encerraria à 00h.

O responsável pela organização da suposta confraternização ainda se comprometeu que o evento não envolveria menores, o que Glaucivan deixou claro que não era permitido.

No dia da programação Glaucivan foi no clube no horário que o evento deveria começar, ficou durante horas no local e voltou a chamar atenção dos organizadores, recebendo como resposta que estavam atrasados, mas que logo chegariam para dar início à programação.

Mais uma vez o homem identificado como Francinaldo Pessoa informou que cumpriria todas as exigências solicitadas pelo responsável pelo Clube.

Glaucivan, confiando na palavra e na atitude daquele homem, foi para casa e no início da madrugada foi acionado pela justiça e pelo Conselho Tutelar já, com a interdição do local.

Hoje, após a divulgação das ações realizadas pela justiça, o coordenador do Clube de Campo descobriu que as informações que estavam sendo repassadas pelo organizador da “confraternização” eram falsas e que o horário do evento com a presença de menores estava sendo definido em grupos de Whatsapp.

O Boi Caprichoso e o artista Glaucivan Silva foram lesados por um homem que agiu de má fé, junto ao artista, sócio e à própria Associação Cultural.

Diante disso, não tiramos nossa responsabilidade de não ter feito uma apuração mais detalhada sobre a veracidade do evento e, ao mesmo tempo, nos colocamos à disposição das entidades envolvidas na ação para todo e qualquer tipo de esclarecimento.

Babá Tupinambá – presidente da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso

 

Fotos: Divulgação/leitor