Casos de violência principalmente contra a mulher, ocorridos em São Gabriel da Cachoeira (AM), mobilizaram o Fórum Interinstitucional de Políticas Públicas do município.
Reunidos na Casa do Saber/Maloca, os representantes da sociedade civil são-gabrielense manifestaram repúdio à situação de insegurança na cidade e encaminharam aos órgãos públicos documento exigindo providências imediatas.
O fato que causou comoção em São Gabriel da Cachoeira e motivou a mobilização do fórum – que este ano ainda não havia se reunido por conta da pandemia de coronavírus – foi o assassinato de uma adolescente de 15 anos, indígena da etnia Baré, ocorrido no final de julho deste ano. A jovem foi morta a facadas e o acusado está preso.
Presente à reunião, o bispo da Diocese de São Gabriel, Dom Edson Damian, lembrou que a adolescente era a caçula da família e se preparava para receber o sacramento da crisma.
Indígena da etnia Baré, Luiz Brazão disse que, como pai de família e cidadão, preocupa-se com a juventude no município e se solidarizou com os familiares da adolescente vítima da violência.
Defensoria Pública
O crescente índice de violência contra a mulher indígena está na pauta de discussões e mobilização da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro (Foirn ).
Em novembro de 2020, durante a assembleia do Departamento de Mulheres da Federação (Dmirn/Foirn), foi redigida e divulgada uma carta-manifesto cobrando um sistema de segurança que proteja as mulheres indígenas e resguarde seus direitos.
No documento, as mulheres exigem uma delegada em São Gabriel da Cachoeira, a criação de uma Defensoria Pública coordenada por mulher e, ainda, uma Secretaria Especializada da Mulher, para facilitar o acesso ao sistema de Justiça e garantir a proteção ao direito das mulheres.
O documento foi encaminhado às autoridades de São Gabriel, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.
Participaram da primeira reunião do Fórum Interinstitucional de Políticas Públicas de São Gabriel da Cachoeira, em 2021, representantes da Foirn, da Coordenação dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro (Copiarn), da Igreja Católica, da Prefeitura Municipal, do Instituto Federal de Educação do Amazonas (Ifam) e do Departamento de Polícia Civil do município entre outras entidades.
Fotos: divulgação