Virada Amazônica leva teatro e cultura às comunidades da floresta
Virada Amazônica promove teatro, oficinas e intercâmbio cultural em Manaus e comunidades da floresta.

Diamantino Junior, da Redação do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 01/07/2025 às 17:53 | Atualizado em: 01/07/2025 às 17:53
Comunidades ribeirinhas do rio Negro receberão espetáculos premiados e oficinas de formação artística na primeira Virada Amazônica a ser realizada de 4 a 13 de julho. O evento inédito no Amazonas pretende levar arte e sustentabilidade a Manaus e às populações das comunidades Tumbira e Santa Helena do Inglês, localizadas dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba.
A Virada Amazônica surge como desdobramento de uma relação de mais de dez anos entre artistas, educadores, ambientalistas e comunidades amazônicas. Em 2023, após uma experiência piloto, o projeto ganhou forma e agora se concretiza como uma grande mobilização cultural que une arte, educação e sustentabilidade.
“Sentimos a importância desse trabalho e da liderança das comunidades. Para muitos moradores, será a primeira vez que assistirão a um espetáculo teatral, devido à logística inacessível da região. Por isso, estabelecemos parcerias com as comunidades para democratizar o acesso à arte”, explica Laura Tezza, idealizadora da Virada Amazônica e diretora executiva.
A Virada Amazônica pretende impactar mais de seis mil pessoas diretamente, envolvendo mais de 30 artistas, produtores e técnicos na expedição à Amazônia, além de gerar emprego para mais de 150 pessoas direta e indiretamente.

Programação
A programação da primeira Virada Amazônica inclui 11 apresentações teatrais nacionais, que ocorrerão no Teatro Amazonas e no Centro Cultural Palácio da Justiça em Manaus.
Assim como nas comunidades Tumbira e Santa Helena do Inglês, localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, município de Iranduba (a 64 quilômetros da capital amazonense).
Entre os destaques está o premiado espetáculo “Manaós – Uma Saga de Luz e Sombra”, da Trupe Ave Lola, que abre a programação nos dias 4, 5 e 6 de julho no Teatro Amazonas, com venda de ingressos. A peça, que recebeu diversos prêmios nacionais, retrata a Manaus de 1911, durante o ciclo da borracha, por meio da história de três mulheres de povos distintos.
Um detalhe é que a apresentação do dia 4 de julho, no Teatro Amazonas, às 20h, é fechada às escolas públicas, ao público de baixa renda e pessoas com deficiência (PcD).
Por outro lado, nas comunidades ribeirinhas, serão apresentados os espetáculos “As Cores da América Latina”, do Panorando Cia. e Produtora, de Manaus. Do mesmo modo, as estreias de “Romeu e Julieta” e “Capivaras Rebeldes”, ambos do Ave Lola. As apresentações serão gratuitas aos moradores locais.
“Recebemos o projeto Virada Amazônica com grande entusiasmo, pois ele é de suma importância para a comunidade de Tumbira, e para toda a Amazônia, trazendo arte e cultura para dentro da floresta. A arte fortalece a educação com oficinas e espetáculos, ampliando o conhecimento de cada pessoa e enriquecendo nossas comunidades com novas experiências culturais”, completa William Soares Mendes, presidente da comunidade do Tumbira.
Oficinas
Além das apresentações, a Virada Amazônica oferecerá três oficinas gratuitas para crianças e jovens das comunidades: interpretação teatral e dança, ministrada por Helena Tezza e Ane Adade, música para teatro, com Arthur Jaime e Breno Monte Serrat, e escrita criativa, conduzida por Ana Rosa Genari Tezza.
O projeto também promoverá o evento “Norte e Sul: encontro entre trupes e artistas”, um intercâmbio entre artistas da Amazônia e de outras regiões do Brasil, fortalecendo redes e criando pontes entre experiências culturais diversas. O encontro acontecerá no Centro Cultural Palácio da Justiça em Manaus.
Além disso, incluirá a gravação de podcasts com líderes das comunidades, dando voz aos saberes locais e à proteção da floresta amazônica, e produção de um documentário que registrará todo o festival.
Patrocinadores
A Virada Amazônica é um projeto viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Basf e realização da Academia Amazônia Ensina (Acae), Entre Mundos Produções Artísticas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
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Conta ainda com a correalização da Trupe Ave Lola, e o apoio institucional da Árvore Alta Realizações Artísticas, Instituto Amazônia Ensina, ACS Rio Negro, Federação de Teatro do Amazonas (FETAM), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Governo do Estado do Amazonas.
“Para a Basf, aportar recursos em um projeto cultural que beneficia as comunidades ribeirinhas da Amazônia é uma escolha estratégica. Além de assistir aos espetáculos, moradores de duas comunidades terão acesso a aulas sobre atividades teatrais e de música. O que nos grandes centros as populações têm acesso com maior facilidade, para eles é um acontecimento”, diz Ivânia Palmeira, consultora de engajamento social da empresa.

Fotos: divulgação