“Pagamento de R$ 700 ou a vida do filho”, impôs Hapvida a cliente

Publicado em: 18/01/2018 às 19:41 | Atualizado em: 18/01/2018 às 20:28
A operadora de plano de saúde Hapvida foi condenada pelo 11º Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus a pagar R$ 30 mil à família de uma criança de 1 ano e 8 meses de idade que precisou de atendimento emergencial, mas lhe foi negado pela empresa.
A criança foi levada à emergência do hospital da Hapvida com pedaços de vidro na boca, e com suspeita de ter engolido outros.
Na recepção da emergência, funcionários da empresa Hapvida Assistência Médica impuseram à mãe “o pagamento de R$ 700 ou a vida do filho”, conforme escreveu o juiz na sentença.
O titular do juizado, Francisco Soares de Souza, julgou que a Hapvida foi negligente e não prestigiou a vida da criança, dando mais valor a formalismos do contrato.
Para o juiz, essa atitude inaceitável causou “violento abalo emocional” na criança e na sua mãe.
“Estou convicto de que nenhum ser humano em estado de aflição, querendo salvar o filho, merece esse tratamento”, complementou o magistrado.
Em sua defesa no processo, a Hapvida alegou que a cliente tinha seis dias de atraso no pagamento da mensalidade e por isso não faria o atendimento da criança.
Nem a cliente informando que atualizaria o pagamento em seguida sensibilizou a empresa a prestar o socorro de urgência.
O juizado levou em consideração que acima da questão do atraso no pagamento de mensalidade de plano de saúde está “o direito à vida como um dos mais importantes direitos, inclusive superior a todos agitados na defesa constante nos autos”, afirmou na sentença.
Todas as informações constam do processo 0607020-64.2016.8.04.0092.
Foto: Raphael Alves/Divulgação_TJ-AM