Alcolumbre cobra Bolsonaro por solução do apagão em Macapá

Presidente do Senado cobra do governo uma solução imediata e decidiu apoiar mudanças na nova Lei do Gás, que espera aprovação na casa

Alcolumbre cobra Bolsonaro por solução do apagão em Macapá

Publicado em: 06/11/2020 às 16:11 | Atualizado em: 06/11/2020 às 16:11

Furioso com o apagão no Amapá a dez dias das eleições municipais, o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM), que é do Amapá, cobra do governo uma solução imediata e decidiu apoiar mudanças na nova Lei do Gás, que espera aprovação no Senado.

 

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A relatoria do texto, já aprovado na Câmara e que o governo tentava aprovar sem modificações no Senado, ficará com o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

O texto deve sofrer mudanças, defendidas por Braga, em relação a abertura do mercado de térmicas a gás inflexíveis (que geram energia de forma ininterrupta).

Ele também vem criticando posições do Ministério das Minas e Energia.

 

Raios causaram apagão

 

Cerca de 89% do Amapá está há 60 horas sem energia, desde uma explosão no linhão de Tucuruí, em que transformadores foram atingidos por raios.

O irmão de Alcolumbre, Josiel, candidato à Prefeitura de Macapá, é alvo de ataques de opositores por conta do apagão. A prefeitura da capital decretou estado de calamidade pública.

O MME tenta trazer geradores a óleo de Manaus e pediu, segundo relatos no Congresso, 30 dias para a normalização completa da situação.

Segundo especialistas, o sistema elétrico do Amapá não tem um plano de segurança ou “backup”. Além disso, a empresa de energia do estado, a CEA, tem ficado de fora de planos de privatização, que poderiam ampliar investimentos no setor, por pressão política.

Ela é controlada pelo governo do estado.

 

Solução em mais dez dias

 

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta sexta-feira (06) que pretende restabelecer toda a energia no estado do Amapá em até 10 dias.

Ele explicou que o plano para tentar restaurar a energia em 70% do estado até esta quinta (05) não deu certo porque a operação é “complexa”.

“Em até 10 dias nós pretendemos restabelecer 100% da energia no Amapá”, afirmou o ministro, depois de uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

A crise

Na noite de terça-feira (03) um incêndio em uma subestação de energia localizada na Zona Norte da capital Macapá provocou um apagão.

Treze dos 16 municípios do estado foram afetados.

O Amapá entrou nesta sexta-feira (06) no quarto dia de apagão com 89% da população sem eletricidade. Nesta quinta-feira, o governo estadual decretou situação de emergência.

“O equipamento já foi reparado na sua parte física e agora está havendo a filtragem do óleo do equipamento. Para se ter noção do volume, são 45 mil litros de óleo e temos que ter certeza de que ele está em condições de operação”, disse o ministro.

Na quarta-feira (4), o Ministério de Minas e Energia criou um gabinete de crise para reverter o apagão e enviou uma comitiva ao Amapá para supervisionar as medidas adotadas para o restabelecimento de energia elétrica no estado.

 

Os planos

Na quinta-feira (05), foram anunciados três planos para restabelecer o fornecimento de energia.

As opções apresentadas envolvem os estados de Amazonas, Pará e Roraima para envio de peças, motores e transformadores.

Senador eleito pelo Amapá, Davi Alcolumbre destacou as dificuldades operacionais de se socorrer o estado, distante do centro do país e com acesso só de “avião ou de barco”.

O presidente do Senado chamou de fatalidade o ocorrido e disse que as autoridades vão investigar e punir os responsáveis.

Alcolumbre disse haver “boa perspectiva do ponto de vista técnico” para resolver o problema.

“Lógico que em algum momento as autoridades vão averiguar e investigar os responsáveis, mas foi uma fatalidade e agora estamos buscando uma solução para o problema”, afirmou.

Principais impactos do apagão para a população:

 

  • Falta de energia em 13 dos 16 municípios, incluindo todos da região metropolitana. Em Macapá, só há energia em serviços essenciais, como hospitais
  • Falta água encanada, água mineral e gelo
  • Internet e serviços de telefonia quase não funcionam
  • A maioria dos postos de gasolina não tem gerador e não consegue operar
  • Caixas eletrônicos e máquinas de cartão não funcionam, então as pessoas não conseguem fazer compras

 

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

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