Compra da Amazonas Energia foi fechada 1 minuto antes de MP caducar

Os irmĂ£os Batista, Ă  frente da Ă‚mbar Energia, assinam termo aditivo que permite a compra da Amazonas Energia em meio a impasses regulatĂ³rios e discussões sobre repasses de bilhões.

Publicado em: 11/10/2024 Ă s 12:27 | Atualizado em: 11/10/2024 Ă s 12:27

Os irmĂ£os Joesley e Wesley Batista, Ă  frente da Ă‚mbar Energia, protagonizaram uma reviravolta de Ăºltima hora ao assinarem, Ă s 23h59 desta quinta-feira (10/10), o termo aditivo que possibilita a compra do controle da Amazonas Energia. A decisĂ£o foi tomada apenas um minuto antes da expiraĂ§Ă£o da Medida ProvisĂ³ria 1.232/2024, que flexibilizava a negociaĂ§Ă£o.

Inicialmente, a Ă‚mbar havia manifestado que nĂ£o fecharia o acordo nos termos atuais, jĂ¡ que a ANEEL (AgĂªncia Nacional de Energia ElĂ©trica) aprovava um repasse de R$ 8 bilhões Ă s tarifas, valor que a empresa considerava insuficiente. No entanto, uma decisĂ£o do diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, autorizava um repasse de R$ 14 bilhões, apesar de nĂ£o ter respaldo colegiado, o que gerava insegurança jurĂ­dica.

Mudança de rumo

Na tarde da mesma quinta-feira, o processo ganhou um novo capítulo quando Fernando Mosna, diretor da ANEEL, declarou-se suspeito para relatar um agravo interposto pela Âmbar.

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A empresa contestava uma decisĂ£o monocrĂ¡tica que impedia o respaldo administrativo para a operaĂ§Ă£o. Com isso, a deliberaĂ§Ă£o sobre o agravo foi inviabilizada, jĂ¡ que o diretor Ricardo Tili estava de fĂ©rias, e apenas dois membros da agĂªncia estavam aptos a votar, quando sĂ£o necessĂ¡rios trĂªs votos convergentes para aprovar um processo no colegiado.

IntervenĂ§Ă£o em discussĂ£o

Diante do impasse, uma intervenĂ§Ă£o na Amazonas Energia foi considerada pela ANEEL, caso o controle da distribuidora nĂ£o fosse transferido Ă  Ă‚mbar. A empresa argumentava que sĂ³ poderia garantir um serviço de qualidade para o consumidor de energia do Amazonas se houvesse um repasse de R$ 14 bilhões. A flexibilizaĂ§Ă£o de R$ 8 bilhões, segundo a Ă‚mbar, tornaria inviĂ¡vel a operaĂ§Ă£o.

Nos bastidores, cĂ¡lculos indicavam que uma intervenĂ§Ă£o custaria cerca de R$ 20 bilhões, somando perdas anuais da concessionĂ¡ria e possĂ­veis indenizações a credores.

Com a assinatura do aditivo, o cenĂ¡rio de intervenĂ§Ă£o foi evitado, mas a operaĂ§Ă£o ainda estĂ¡ envolta em desafios regulatĂ³rios e jurĂ­dicos que devem ser acompanhados de perto.

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