O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse que o início do funcionamento da usina de tratamento de gás da empresa Eneva, no campo do Azulão, em Silves, nesta segunda (27), simboliza o avanço que seu governo deu ao setor.
O município fica a 204 quilômetros da capital.
Do Azulão sairão diariamente 20 carretas carregadas de gás natural liquefeito em direção à usina termelétrica Jaguatirica 2, em Boa Vista, capital de Roraima. Conforme o governo, 120 carretas vão atuar nessa logística de transporte do produto do Amazonas para o estado vizinho.
Esse gás, transformado em energia, vai abastecer mais da metade de Roraima, segundo o governo. O estado é isolado energeticamente, sendo inteiramente dependente da geração local.
Presente ao início das operações, Lima afirmou que a exploração do minério é de grande importância para gerar empregos e injetar investimentos no estado.
De acordo com ele, esse projeto, sem similar no país, põe o Amazonas na vanguarda da tecnologia do gás natural no Brasil.
Arrecadação
O governador destacou também a arrecadação tributária para o estado e para a União. Entre royalties e outros tributos, a expectativa é de mais de R$ 720 milhões de arrecadação para o período de toda a operação.
“Quando assumi em 2019, tive a preocupação de chamar todo mundo para que a gente pudesse destravar e para que, efetivamente, esses empreendimentos acontecessem. Em 15 dias entreguei a licença de operação da Eneva”.
Segundo Lima, com a Cigás e a Secretaria de Fazenda (Sefaz) foi feita a “construção” tributária.
“Hoje é uma realidade. Depois de dois anos e meio o projeto está pronto e começa abastecer a térmica de Jaguatirica em Boa Vista, que vai ser inaugurada nos próximos dias”.
Investimento
A Eneva comprou o campo do Azulão da Petrobrás em 2017. A área foi descoberta em 1999 e declarada comercial em 2004.
Mas, somente agora entra em operação. O diretor de operações da Eneva, Lino Cançado, reconheceu a atuação do Governo do Estado nesse processo.
“O investimento não é pequeno, foi mencionado algumas vezes que, entre o que está sendo feito entre Amazonas e Roraima, é um investimento de R$ 1,8 bilhão”.
Segundo ele, o estado vai ter retorno em pagamento de royalties pela produção. “Vai ter um retorno muito maior para o estado, e em geração de emprego, mão de obra, desenvolvimento local. Então acho que essa é uma parceria supervencedora”, disse.
Tem mais gás
O Amazonas é o estado com a maior bacia em terra de gás natural do país.
Três blocos foram adquiridos pela Eneva no último leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2020, ampliando a prospecção para encontrar mais gás na região leste do Amazonas. Estudos estão em andamento.
Marco regulatório
A exploração do gás no campo do Azulão é mais um avanço do Governo do Estado obtido a partir do marco regulatório do gás natural – Lei nº 5.420, de 17 de março deste ano.
Segundo o ranking da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o marco regulatório do Amazonas é o terceiro melhor do país em relação à exploração do mercado de gás.
Na pontuação estabelecida pelo ranking regulatório da associação, o Amazonas fica atrás, atualmente, apenas da Bahia e São Paulo. O ranking é atualizado periodicamente.
Foto: Diego Peres/Secom