O ex-governador Amazonino Mendes (PDT) disse nesta quinta, dia 3, em resposta à denúncia do governador Wilson Lima (PSC) de que recebeu o governo devendo um ano de conta de energia elétrica, que ele divulgou informações equivocadas.
Afirmou Amazonino que “isso é compreensível porque o seu sucessor ainda não conhece todos os números do estado”.
Segundo ele, Wilson não sabe que a empresa distribuidora Amazonas Energia/Eletrobrás deve R$ 1,7 bilhão em impostos para o estado.
“Nós pagamos a tarifa de energia até descobrirmos uma dívida de R$ 1,7 bilhão em ICMS da empresa. Paramos de pagar e oficializamos essa dívida da concessionária para com o estado, que já foi devidamente reconhecida pelo conselho de recursos fiscais e ajuizada. Portanto, aptos para depósitos judiciais ou para efetuar encontro de contas”, afirmou Amazonino.
Por suas contas, o que o governo deve à empresa pelo consumo de energia é “infinitamente menor que o débito da distribuidora com o estado”.
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Confusão e equívoco
De acordo com Amazonino, o novo governador se equivoca ao confundir “rombo” com projeção orçamentária.
Ele se referia ao que disse Wilson nesta quarta, dia 2, de que recebeu o governo com um “rombo” de R$ 2,3 bilhões.
Para Amazonino, é mais um equívoco porque os dados revelados não levam em consideração a projeção do crescimento da arrecadação. “Não projetar receita é um equívoco elementar de contabilidade é uma agressão descabida ao meu governo”, disse.
“Quando recebemos o estado, o orçamento para 2018 era de R$ 15,3 bilhões, mas ao final realizamos R$ 17,6 bilhões. Superamos a receita projetada em R$ 2,3 bilhões graças a um grande esforço fiscal, aumentando a receita, combatendo a corrupção, a sonegação e eliminando desvios”, disse.
Segundo o ex-governador, o orçamento do estado para 2019 é de R$ 17,2 bilhões, menos que o realizado por sua gestão em 2018.
“Esse valor não leva em consideração a projeção de crescimento de receita. O governador empossado tem que seguir os nossos passos e fazer uma política fiscal austera, buscando o crescimento de arrecadação e controle dos gastos”, afirmou.
Amazonino disse que fez uma gestão das finanças com responsabilidade e que por isso não houve déficit público no seu mandato de 15 meses.
“Ao contrário, houve reconhecimento nacional pela ótima saúde financeira do estado. E ainda realizamos o maior pacote de investimento em infraestrutura na capital e interior, sem contrair dívidas e gastando apenas o que arrecadávamos”, assegurou.
Dívida não reconhecida na saúde
Sobre a dívida de R$ 600 milhões que Wilson afirmou ter herdado de Amazonino só na área de saúde, o ex-governador disse que assumiu em outubro de 2017 com um déficit de R$ 1,2 bilhão e o reduziu para pouco mais de R$ 500 milhões.
De acordo o ex-governador, esses R$ 600 milhões apontados no relatório de transição de Wilson são de dívidas não reconhecidas por seu governo.
“Foram contraídas pelos seus antecessores, e muitas delas envolvem empresas relacionadas na operação Maus Caminhos, da Polícia Federal, que desmontou esquema milionário de desvio de recursos na saúde pública”, afirmou.
Chancela do Tesouro Nacional
Ainda rebatendo as afirmações de Wilson, Amazonino disse que o Tesouro Nacional reconheceu a boa saúde financeira do estado, classificando o Amazonas como o quarto melhor do país em controle de gastos.
Para ele, isso significa que Wilson foi um dos seis governadores que receberam os estados com as finanças sob controle e equilibradas.
“Terminamos o ano com o privilégio de ser um dos poucos estados com o pessoal pago, inclusive com reajustes salariais e o 13º salário, dentro do exercício. E isso é bom para quem está assumindo o estado agora”, disse.
Segundo o ex-governador, o Amazonas foi um dos poucos estados que registraram crescimento econômico no ano passado, com 6,4%.
Fotos: BNC Amazonas