Israel Conte e Aguinaldo Rodrigues , da Redação
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), apresentou um cenário preocupante para o seu início de administração. Déficits, dívidas e ilegalidades foram constatadas e apontadas pela equipe de transição de governo.
A principal delas, dita por Wilson, é que recebe um governo com déficit de R$ 1,5 bilhão e dívidas que passam de R$ 850 milhões.
“Não há nada de casa arrumada
Wilson demonstrou principal preocupação com o setor de saúde
“Empresas, fornecedores, estão há quatro meses sem receber. Na central de abastecimento, 45% dos medicamentos não existe. Há contratos feitos de qualquer jeito, no improviso”, afirmou.
Suspensão de pagamentos O governador declarou moratória em todos os pagamentos do estado pelos próximos 15 dias. Essa suspensão é para fazer uma análise dos casos, mas ele já adiantou que vai revogar tudo que foi feito de forma irregular ou desnecessária.
Deu exemplo de uma licitação feita por um órgão do governo para pagar R$ 9 milhões para digitalização de documentos. “Isso não dá pra aceitar. É um trabalho que a Imprensa Oficial faz por R$ 3 milhões”.
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Obras que não avançam No setor de infraestrutura, Wilson disse que existe obras paradas há mais de cinco anos. É o caso do Anel Viário Leste, que tem só 0,5% do projeto realizado desde 2013.
Disse que em 2018 o Governo do Estado teve de devolver R$ 150 milhões de financiamento da Comunidade Andina para recuperação de igarapés do Prosamim porque não foram aplicados.
Além disso, segundo Wilson, o governo não investiu R$ 172 milhões de contrapartida do estado para o projeto, que acaba em março de 2020. E no orçamento de 2019 haveria a previsão de apenas R$ 7,7 milhões para isso.
Governo deve até água e luz Em forma de denúncia, o novo governador disse que o estado há um ano não paga o fornecimento de água e energia elétrica. Só de luz deve R$ 140 milhões. De água, R$ 22 milhões.
Wilson afirmou ainda que está herdando o governo com dívidas de quatro meses com empresas prestadoras de serviço no sistema prisional e na educação.
Transição da maldade Segundo o governador, o processo de transição foi dificultado ao máximo pela equipe de Amazonino Mendes (PDT), que chegou a publicar documento dando ordem para que tudo fosse facilitado para o novo governo.
“Isso não aconteceu. Houve dificuldade muito grande para acesso aos números, que foram imprecisos, não foram liberados. Só agora estamos tendo acesso aos números. Estiveram escondendo os números é porque tem muita coisa a ser explicada”.
Wilson disse ainda que a administração “fez todas as maldades que pôde para inviabilizar nossa vida”.
Segundo ele, processos licitatórios com sobrepreços e direcionados foram feitos. Wilson anunciou que vai fazer auditoria nesses procedimentos e cancelar aqueles que tiverem ilegalidades.
O primeiro deles é a extinção de um conselho fiscal criado por Amazonino nos últimos dias, sem passar pela Assembleia Legislativa (ALE-AM).
Foto: BNC Amazonas
