O deputado Marcelo Ramos (PL) usou suas redes sociais nesta segunda-feira, dia 13, para criticar novamente a insistência do presidente da República, Jair Bolsonaro. Sobretudo em propor o fim do isolamento social. Bem como a reabertura do comércio e escolas.
Em entrevista ao Fantástico neste domingo, dia 12, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a confrontar as opiniões do presidente. Sobretudo contra a política de isolamento orientada pelo Ministério da Saúde.
“Espero que o presidente tenha visto a entrevista do ministro Mandetta. E assuma a responsabilidade de ser o líder do enfrentamento ao único inimigo que importa no momento que é o COVID-19”, escreveu o deputado no Twitter.
Segundo ele, o presidente não pode continuar estimulando a desobediência. Principalmente as orientações do Ministério da Saúde.
Entrevista
Na entrevista ao Fantástico, Mandetta foi enfático. “Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem é que ele escuta”, afirmou.
O ministro também fez referências aos passeios do presidente por Brasília. Inclusive a visita a uma padaria da Asa Norte.
Ele criticou quem desrespeita a quarentena. “Quando você vê as pessoas entrando em padaria, entrando em supermercado (…). Isso é claramente uma coisa equivocada”, disse.
“Tem muita gente que gosta da internet. Que vê na internet uma fake news dizendo que isso (o vírus) foi uma invenção de países para ganhar vantagens econômicas. Outras pessoas acham que existe um complô mundial contra elas”, ironizou.
Bolsonaro foi questionado pela imprensa sobre a entrevista nesta segunda-feira, em frente ao Palácio da Alvorada. Ele visivelmente irritado disse que “não assiste à Globo”.
A análise é que Mandetta não tem mais condições de permanecer no cargo. Esta afirmação circula entre parlamentares governistas.
Apoio de ministros
Segundo a colunista do UOL Thaís Oyama, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, perdeu apoio dos ministros da ala militar. A princípio que atuaram para mantê-lo no cargo quando o presidente Bolsonaro resolveu demiti-lo.
O ministro chefe da Casa Civil, general Braga Netto. Assim como o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, consideraram que a entrevista do ministro ao Fantástico “tocou numa corda sensível demais para os generais: a hierarquia.”
De acordo com fonte militar com assento no Planalto “Mandetta não poderia ter desafiado o presidente em público”, disse para a jornalista.
Foto:
Leia mais
PGR diz que Bolsonaro pode, sim, decidir sobre isolamento