Entre os poucos prefeitos do mundo convidados para a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse que o que fica como dever de casa para o Brasil é cuidar da Amazônia.
“O dever de casa do meu país é preservar a Floresta Amazônica, entre outras coisas. Cuidar dos rios, cuidar das nascentes, cuidar das cidades, fazer o máximo de saneamento. Essa é uma mensagem que vai da gente para o mundo e que vem do mundo para a gente”, afirmou o prefeito de Manaus.
Participaram da Cúpula do Clima, que antecede a Assembleia Geral das Nações Unidas, autoridades e alguns chefes de Estado empenhados nas metas do “Acordo de Paris”, como Angela Merkel, da Alemanha, Emmanuel Macron, da França, além do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que é ex-primeiro ministro de Portugal.
“Concordo com o presidente Macron de que é necessário dobrar os investimentos na preservação da Amazônia, mas ele não pode fechar os olhos para a Guiana Francesa, que faz parte do território francês, e onde se pratica muito o garimpo. Sou a favor do garimpo zero. Desmatamento ilegal zero!”, defendeu Arthur.
Arthur Neto reforçou o alerta ao governo brasileiro quanto a importância de se investir na preservação e no desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ele criticou a falta de políticas públicas para a região. “É uma obrigação os brasileiros conhecerem o Brasil e a gente está cheio de autoridades brasileiras que conhecem o Brasil muito bem, menos a Amazônia”, lamentou.
O prefeito de Manaus estava acompanhado da presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, do secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Antonio Nelson, e do secretário de Comunicação, Eric Gamboa.
Jovens ativistas
O prefeito de Manaus se encontrou com a jovem ativista brasileira Paloma Costa, 27, que fez a abertura da Cúpula do Clima ao lado do secretário-geral da ONU, para quem fez o convite para palestrar em Manaus, como parte da programação permanente do Fórum de Cidades Amazônicas.
“Para mim é um prazer receber esse convite e colaborar com políticas efetivas pela Amazônia. É muito importante ter essa oportunidade de pensarmos juntos em soluções para garantir o futuro e acabar com os problemas presentes. As pessoas estão sendo impactadas agora, o fogo está queimando a nossa Amazônia agora”, defendeu Paloma.
Arthur Neto também destacou a participação da jovem sueca Greta Thunberg. “Ela fez um discurso belíssimo, que levou as pessoas todas, tão sisudas, ao delírio”, destacou.
Ainda segundo o prefeito de Manaus, o Amazonas precisa ser colocado como estado estratégico no processo de mitigação das mudanças climáticas.
“Por que o Pará tem menos de 40% de floresta original preservada e o Amazonas tem 96% de floresta original? Não teria nada a ver com o modelo de desenvolvimento que se implantou no Amazonas, que é o Polo Industrial de Manaus?”, questionou, completando que o modelo econômico precisa virar um polo 4.0.
Assembleia Geral da ONU
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), não participou de nenhum dos eventos da cúpula do clima da ONU, mas discursa na abertura da assembleia geral da ONU. “Eu gostaria que o presidente Bolsonaro fizesse um discurso conciliador, um discurso onde a democracia, nas suas palavras, prevaleça sobre a divergência, onde o entendimento prevaleça sobre o desentendimento, é assim que eu imagino que vai ser o discurso dele. Esse é o discurso que se espera de um homem de Estado. O estadista une, ele não desune”, concluiu.
Fonte: Semcom
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Fotos: Divulgação/ Semcom