Na análise que fez no último fim de semana dos cenários para as eleições presidenciais neste ano, o colunista João Domingos, do Estadão , trata a escolha dos vices das chapas de Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) como um dos gargalos para os pré-candidatos.
Para o PSDB do governador de São Paulo e presidente do partido, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, é uma pedra no sapato. Domingos avalia que Alckmin, patinando nas pesquisas, não evitaria mais desgaste se convidasse Arthur para ser seu vice, mas “poderia reduzir alguns dos problemas que tem pela frente”.
Arthur, enquanto se prepara para os debates com Alckmin, ataca o “inimigo interno”, por vê-lo sem condições políticas e eleitorais de enfrentar os adversários. O prefeito da capital do Amazonas acredita que os tucanos já entram derrotados na disputa.
Também preocupa muito ao prefeito o PSDB entregar sua hegemonia no governo paulista ao PSB do vice de Alckmin, Márcio França. Um erro monstruoso que o governador vai cometer, e que será o golpe fatal no partido, avalia o amazonense, chamando o correligionário de “coveiro do partido”.
França já avisou que não ficará com nenhum secretário de Alckmin assim que assumir.
Tentando remediar o erro histórico que está prestes a cometer, Alckmin agora quer levar França para o ninho tucano.
Esse é o próximo capítulo dessa queda de braço tucana.
Quanto a Lula, a definição do vice tem mais importância diante da possibilidade do ex-presidente da República ser impedido de disputar a eleição. Nesse caso, o vice já daria seguimento à campanha. Mas, o próprio partido não se entende quanto a esse nome.
O colunista vê a situação muito confusa no PT e PSDB, que “não são hoje nem sombra do que já foram”, e lista erros que as legendas vêm cometendo. Principalmente porque não podem mais bater no peito para falar de questões morais.
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Foto: Divulgação/PSDB