Em resposta aos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF ), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, integrantes da CPI da covid, comandados pelo senador Omar Aziz, assinaram em conjunto e divulgaram uma nota em apoio aos membros do judiciário.
“É inegável que o Presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário, expediente autoritário de lembranças funestas. A própria CPI tem sido alvo recorrente de tentativas de intimidações por parte do Executivo. Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perderem a coragem em defender a democracia”, diz um trecho da nota.
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O documento é assinado pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho (PT-SE), Simone Tebet(MDB-MS)e Eliziane Gama (Cidadania-MA).
A mensagem emitida por Aziz e demais senadores vem em um momento em que as instituições públicas e membros das classes política, intelectual e econômica se posicionam contra a tentativa de Jair Bolsonaro de subverter a ordem democrática brasileira. Apesar dos esforços do presidente em defender o voto impresso, o parecer em favor da proposta foi derrubada em uma comissão Câmara dos Deputados.
Ministro se defende
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, voltou a defender nesta quinta-feira (29) que o sistema eleitoral brasileiro nunca foi alvo de fraude e disse que o discurso de que “se eu perder houve fraude” é de quem não aceita a democracia.
Barroso participou da inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre.
“O discurso de que ‘se eu perder houve fraude’ é um discurso quem não aceita a democracia”, disse Barroso.
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“Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria e o próprio partido reconheceu que não houve fraude. Nunca se documentou fraude. No dia que se documentar, a Justiça Eleitoral vai apurar imediatamente. Ninguém tem paixão por urnas, mas sim por eleições livres e limpas”, afirmou o ministro.
Segundo Barroso, “uma fraude exigiria que muita gente no TSE se comprometesse, ia ser uma conspiração de muita gente”.
“Não há precedente e não há razão para se mexer no time que está ganhando. Não sou candidato a nada. Só quero preservar a democracia. Esse é o único compromisso meu e da Justiça Eleitoral”, disse o ministro.
Voto impresso Sobre a possibilidade de voto impresso, Barroso voltou a dizer que este não é um mecanismo seguro de auditoria.
“Ele é menos seguro porque precisa ser transportado. Estamos falando de 150 milhões de votos. Há regiões com milícias, roubo de cargos. Transportar votos, armazenar votos. Isso é um filme de terror”, afirmou.
O ministro afirmou ainda que uma das características da democracia é “reconhecer que outro que pensa diferente de mim pode ganhar”.
“O sistema atual consagra a democracia e uma das características da democracia é reconhecer que outro que pensa diferente de mim pode ganhar”, completou.
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Foto: Senado/divulgação