Bolsonaro quer que Estados paguem a conta pela crise no Oriente Médio
Presidente sugere que os Estados reduzam o ICMS, caso o preço do petróleo dispare

Neuton Correa
Publicado em: 04/01/2020 às 05:38 | Atualizado em: 04/01/2020 às 05:38
Neuton Corrêa, da Redação
A crise no Oriente Médio, que deixou nervoso o mercado mundial após o ataque dos EUA que matou na quinta-feira, dia 2, o general iraniano Qassim Suleimani, já atinge o Amazonas.
A ligação direta do Estado com o clima de apreensão foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro, um dia depois do episódio.
Bolsonaro quer que os Estados paguem essa conta.
Isso porque o presidente indicou que uma alta mais acentuada no preço do petróleo poderá ser compensada por reduções na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O imposto, porém, não é federal e é o principal tributo dos Estados, que acabam de sair de uma crise de queda de receita de mais de quatro anos.
Nesta sexta, dia 3, em decorrência das tensões entre Estados Unidos e Irã, o petróleo Brent subiu 3,55% e o barril fechou o dia cotado a US$ 68,60.
Nesse cenário, à tarde, ele fez um apelo aos governadores, para que reduzam o ICMS incidente nos preços dos combustíveis.
“Com toda certeza, eu converso com o almirante Bento (ministro de Minas e Energia), com o presidente da Petrobrás e o Paulo Guedes (ministro da Economia) e nós temos uma linha de não interferir. Acompanhar e buscar soluções. A gente apela para governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20% o preço do ICMS. Não dá para uns governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde. Quando você mexe em combustível, toda a nossa economia é afetada”, declarou.
Por enquanto, nenhum governador se manifestou sobre o assunto.
No Amazonas, o BNC entrou em contato com o governo neste sábado e aguarda respondeu à questão.
Foto: BNC AMAZONAS