Bolsonaro deixou censo do IBGE no Amazonas em risco, diz deputado
Como resultado, Leite anunciou que vai ingressar com ação no Tribunal de Contas da União (TCU)
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 27/12/2022 às 20:45 | Atualizado em: 27/12/2022 às 20:51
O deputado federal Sidney Leite (PSD) acusou o governo de Jair Bolsonaro (PL) de não ter tido interesse em realizar o censo no Amazonas. Por causa disso, grande parte dos municípios ficará sem ser recenseado.
Como resultado, Leite anunciou que vai ingressar com ação no Tribunal de Contas da União (TCU).
Conforme o deputado reeleito, é para que os amazonenses não sejam prejudicados pela ineficiência e falta de recursos para a realização da pesquisa.
“Isso terá implicação inclusive nos povos originários, nas populações indígenas que estão em locais mais isolados”.
Depois que a Justiça mandou incluir perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero, o IBGE enfrentou inúmeras dificuldades para realizar a pesquisa no Amazonas. “Até porque não havia interesse do governo em realizar esse censo”.
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Leite afirmou ainda que não existem recursos para a realização do levantamento em vários municípios que também enfrentam problemas naturais.
“Neste momento, o estado tem grande parte dos municípios em processo de vazante, e estes não conseguirão ser recenseados, não conseguirão ser contados”.
Haverá prejuízos, de acordo com o parlamentar, nos repasses de recursos para algumas áreas. Por exemplo, citou a saúde, por conta do cálculo do Fundo de Participação do Município (FPM).
Com informações defasadas, é possível que o município receba menos recursos oriundos do fundo, afirmou o deputado.
“E também nos indicadores sociais, até para que o governo federal, o governo estadual e o próprio município possam ter dados confiáveis de um planejamento que garanta eficácia a todos os munícipes”, afirmou.
Leite, portanto, aponta como importante que o IBGE tome providências urgentes junto ao Ministério da Economia, que define recursos, para que o Amazonas não seja prejudicado.
No início do mês, o IBGE havia informado que o Amazonas é uma das unidades da federação mais adiantadas no censo 2022. Estaria em 8º no ranking, atrás do Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão e Pernambuco.
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