O presidente Jair Bolsonaro confirmou hoje que teve, sim, encontro com o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e que prevaricou sobre suspeitas de corrupção na compra de vacinas da Covaxin.
Miranda disse na CPI da Covid que procurou o presidente para alertar de corrupção na compra dos imunizantes, em março.
Disse também que Bolsonaro prometeu tomar providências, mas não as fez.
“Ele pediu audiência para tratar diversos assuntos”, disse ele, em entrevista ao vivo, neste sábado, à rádio Gaúcha, em Porto Alegre.
Indagado sobre o envolvimento de seu líder na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PR), no esquema, o presidente desconversou, tentando intimidar o jornalista.
“Cara, você vai ouvir o que eu quero falar”, e acrescentou:
“Eu tenho reunião com 100 pessoas por mês. Os assuntos mais variados possíveis. Eu não posso simplesmente, chega qualquer coisa pra mim e eu tenho que tomar providência imediatamente”, retrucou Bolsonaro ao repórter da emissora.
Em seguida, disse:
“Tomei providência nesse caso”, rechaçou, sem dizer quais.
Na entrevista, Bolsonaro voltou a atacar a cúpula da CPI da Covid, os senadores Omar Aziz (presidente), Randolfe Rodrigues (vice) e o relator Renan Calheiros, aos quais chamou de badidos.
Ele disse que não vai responder à carta que a CPI enviou na quinta-feira ao Planalto, pedindo que o presidente responda se foi ou não avisado de corrupção na compra das vacinas e sobre o envolvimento de seu líder no caso.
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Foto: Reprodução/You Tube