Por conta da extinção do Bolsa Família e do auxílio emergencial pelo governo de Jair Bolsonaro, 490.077 famílias amazonenses ficaram sem renda. Em outubro, os dois benefícios extintos pagaram no estado 892.588 pessoas. Já neste mês, apenas 402.511 receberam o novo Auxílio Brasil.
A maior exclusão se deu em Manaus, onde no mês passado 537.143 recebiam o auxílio. Este mês somente 129.407 estavam em condições de receber o valor médio do benefício de R$ 217,18. Na capital, o corte atingiu 407.396.
O município de Itacoatiara vem em seguida com a exclusão de 11.669 famílias do benefício, seguido de Parintins com 9.690, Manacapuru com 8.314 e Coari com 7.909.
O novo benefício, porém, aumentou em quantidade em 25 municípios. Lábrea, Ipixuna, Maraã e Urucurituba, por exemplo, ampliaram seus cadastros com números acima de 1.000. No caso de Lábrea, foram 2.219 famílias.
Em todo o país, cerca de 25 milhões de brasileiros ficarão sem receber a ajuda. Os números foram obtidos por meio de um monitoramento feito pela assessoria técnica do PT no VIS Data, do Ministério do Desenvolvimento Social.
Até outubro, por exemplo, foram pagos do bolsa e do extinto auxílio 39,3 milhões pessoas. Agora, em novembro, 14,5 milhões receberam o pagamento do Auxílio Brasi l, uma diferença de 24,8 milhões.
Só em São Paulo, o estado com maior população, foram excluídos mais de 5 milhões de pessoas.
Rio de Janeiro (2,5 milhões), Minas Gerais (2,4 milhões), Bahia (1,5 milhão), Paraná (1,4 milhão), Rio Grande do Sul (1,2 milhão), Pernambuco e Goiás (ambos com pouco mais de 1 milhão de benefícios a menos) completam o ranking da exclusão.
O Bolsa Família durou 18 anos e possibilitou que 28 milhões de pessoas deixassem a linha da pobreza entre 2002 a 2014. Ainda sem fonte assegurada, o novo benefício tem duração até o final de 2022, isto é, um ano eleitoral.
STF
Com base nos números, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (RS), anunciou que o partido vai ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o Bolsa Família.
A ação deve ser protocolada semana que vem, para resguardar os interesses de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social. “Esses dados mostram o desastre que o governo Bolsonaro representa para o país”, disse Hoffmann (foto ).
Na avaliação da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello, o Auxílio Brasil é na verdade “a maior exclusão da história da proteção social do Brasil”, que ficará como mais uma triste marca do governo de Bolsonaro.
Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados