O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) reagiu às ofensas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reveladas ontem pela revista Veja.
Arthur disse que Bolsonaro é “incapaz”, “incompetente”e portanto, “despreparado” para a função de governar o país.
“Eu jamais ofenderia o pai do presidente Jair Bolsonaro. Posso dizer coisas muito duras para ele, como por exemplo que ele é um incapaz, um completo incompetente e não sabe para que lado vai o governo brasileiro. Ele não está à altura de governar um país grande, complexo e valoroso. Estamos diante de um presidente despreparado para o exercício dessa função”, afirmou Arthur.
Vazamento
A reação do prefeito veio após o vazamento do conteúdo de parte do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, no qual Bolsonaro o classifica como “vagabundo”.
O presidente também faz insinuações maldosas sobre o ex-senador Arthur Virgílio Filho, pai do prefeito, com a expressão “também, sendo filho de quem é”.
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“Sou muito orgulhoso de ser filho de quem sou. Ele quis me atingir porque meu pai resistiu à ditadura, não calou a sua voz diante dos generais de plantão no Senado e teve sua história brutalmente interrompida pelo ominoso AI-5”, reagiu Virgílio.
“Meu pai era contra a ditadura, que torturou, que matou muita gente, que é responsável pela desgraça de muitas famílias, que desapareceu com muitas pessoas. O Bolsonaro é saudoso do torturador Brilhante Ustra”, criticou.
“Vagabundo?”
Virgílio também reagiu ao título de “vagabundo”, utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Eu pergunto: vagabundo, eu, que trabalho até de madrugada para enfrentar a Covid-19 aqui em Manaus ou quem fica batendo perna pelas ruas dizendo bobagem? Eu, que fiz, junto com empresários locais, um hospital de campanha para salvar vidas ou quem fica desinformando o povo? Vagabundo, eu, que faço minhas atividades físicas de madrugada depois de trabalhar durante o dia ou quem, abordado por uma jornalista na porta de um hospital, diz foi ali fazer um teste de gravidez? Isso choca, vindo do homem que está presidindo o país”, rechaçou o prefeito de Manaus.
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Coronavírus
O prefeito de Manaus também responsabilizou o presidente por grande parte dos casos de novo coronavírus (covid-19) ocorridos no país e pelas mortes, em consequência.
“Porque ele estimula as pessoas a irem para as ruas. Ele fica batendo perna em Brasília, ao invés de cuidar do governo. É uma irresponsabilidade ambulante”, afirmou.
Primeira-dama
A primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko repudiou as ofensas de Bolsonaro a Arthur e disse que o “desequilíbrio do presidente tem provocado sentimentos que só atrapalham a democracia, ao mesmo tempo revela um caráter perverso”.
“O presidente Bolsonaro não tem a grandeza de pedir desculpas aos que molesta diariamente. O insulto ao meu marido é injusto, descabido e revela desequilíbrio. Estou triste e indignada!”.