Prisão de jornalistas que Bolsonaro sugere é da ditadura, diz Serafim

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Mariane Veiga

Publicado em: 02/09/2019 às 13:15 | Atualizado em: 02/09/2019 às 13:31

Para o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), a declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira, dia 29, defendendo a prisão de jornalistas que, segundo sua percepção, “publicarem mentiras”, com pena de dois a oito anos de prisão, remete à ditadura militar.

“É lamentável que o presidente da República tenha essa postura. Entendo que a democracia será mais ativa com uma imprensa livre. Cabe ao governo responder à imprensa e não cercear a imprensa. Ele dá motivos para que a imprensa o critique. Bolsonaro é a fonte do seu próprio desgaste, porque reiteradamente diz coisas que não fazem nexo e que não têm pé nem cabeça”, afirmou.

Bolsonaro citou como exemplo notícias na mídia sobre familiares da primeira-dama, Michele Bolsonaro, e da avó da primeira-dama, Maria Aparecida Firmo Ferreira, que já responderam a ações na Justiça.

Ainda sobre fake news, o presidente disse que há um discurso errado sobre a divulgação de notícias da Amazônia, que há mais de uma semana está sendo incendiada.

Para Serafim, o presidente foi protagonista da crise da Amazônia no mundo.

“Exemplo de equívoco é chamar a crise no mundo inteiro para a questão da Amazônia, quando nós sabemos que, efetivamente, as queimadas aumentaram, e muito. Ao invés de combater as queimadas e propagandear isso, Bolsonaro primeiro disse que não tinham queimadas e depois decidiu combatê-las, mas aí o mundo inteiro já está contra nós. Essa mídia negativa é muito ruim para o Brasil”, disse.

O líder do PSB na Assembleia Legislativa (ALE-AM) ainda lamentou o embate do Brasil com a França, envolvendo o presidente Emmanuel Macron.

“É um equívoco brigar com a França, que integra o G7. Isso desperta a solidariedade de toda a União Europeia. Os povos não têm amigos e nem inimigos. Temos que ter clareza disso. Os Estados Unidos não são amigos do Brasil e nem o Brasil é amigo dos Estados Unidos. O que temos em comum são interesses”, concluiu o deputado.

 

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Foto: BNC Amazonas