O PP, hoje Progressistas e recém convertido para a base de apoio de Jair Bolsonaro no Congresso, tem uma relação antiga com o ex-deputado e hoje presidente.
Ele já foi filiado a várias encarnações da legenda, como o PDC, PPR e PPB.
Leia mais
Também foi filiado ao PP, na configuração atual, de 2005 a 2016.
Deputado pouco atuante, Bolsonaro nunca exerceu cargo de liderança, nem presidiu comissão por indicação da sigla.
Em 2014, o então líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), avaliou indicar Bolsonaro para presidir a Comissão de Direitos Humanos, mas recuou pelo interesse maior do partido na Comissão de Minas e Energia.
Nas décadas de 1980, 1990 e no início dos anos 2000, o PP tinha como principal cacique Paulo Maluf, que foi governador de São Paulo, prefeito da capital paulista e candidato a presidente pela sigla.
Também exercia grande influência Esperidião Amin (PP-SC), que foi governador de Santa Catarina, candidato a presidente e hoje é senador.
Maluf é atualmente o caso mais recente de deputado com o mandato cassado pela Justiça.
Ele cumpre prisão domiciliar por lavagem de dinheiro.
Participação no governo
O PP fez parte da base do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) era líder do governo na Câmara na época do tucano.
Hoje ele ocupa a mesma função na gestão de Bolsonaro.
Nos governos do PT, o PP também fez parte da base aliada e ocupou diferentes ministérios.
Aguinaldo Ribeiro, Mário Negromonte e Gilberto Occhi foram membros do PP que ocuparam o cargo de ministro das Cidades de Dilma Rousseff (PT).
Neri Gheller e Mendes Ribeiro Filho já foram ministros da Agricultura da petista.
A sigla também tinha influência na escolha de diretores da Petrobras e foi umas das principais atingidas pela Lava Jato, que investiga desvio de recursos na estatal.
Apoio impeachment
Mesmo com ampla participação no governo, em 2016, a direção nacional do partido fechou questão pelo impeachment de Dilma e o PP passou a ocupar ministérios do governo de Michel Temer (MDB).
Entre os representantes do partido no governo estavam Ricardo Barros no Ministério da Saúde, Gilberto Occhi, que foi presidente da Caixa e ministro da Saúde, e Alexandre Baldy, que foi ministro da Cidades.
Recentemente, ele foi denunciado pelo MPF, no âmbito da Operação Lava Jato, por corrupção.
Em 2018, o PP apoiou formalmente Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, tendo inclusive indicado a candidata a vice dele, Ana Amélia (PP-RS).
No entanto, eram frequentes os atos de campanha de Fernando Haddad (PT), no qual o presidente do PP, Ciro Nogueira, participava ao lado do petista.
Leia mais no Congresso em Foco
Foto: Reprodução/Twitter Ciro Nogueira