Ex-secretário de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), Louismar Bonates, coronel da reserva da Polícia Militar, contestou informações publicadas pela Folha de S.Paulo na matéria “Facção tinha ‘cela de comando’ e negociou com governo do AM, diz PF”, do último dia 5.
Bonates disse que não é verdadeira a afirmação de que ofereceu garantias ao traficante “Zé Roberto da Compensa” (chefe maior da facção Família do Norte_FDN e preso em presídio federal) de que não seria transferido do Complexo Anísio Jobim (Compaj) para unidade de segurança máxima, em 2013.
“Nunca houve esse diálogo. Não existe nenhuma fonte confiável, oficial e concreta que confirme essa informação”, afirma o coronel em nota via sua assessoria de imprensa.
O ex-secretário disse que a chamada “cela de comando” onde estava Zé Roberto tinha mais 11 presos que a ocupavam.
Bonates, que na sua gestão fez a transferência de 11 presos, considerados chefes das cadeias para presídios federais, disse que em 2013 chegou a conversar com comissão de presos, mas para ouvir pedidos, como a liberação do campo de futebol do Compaj durante o “banho de sol” diário.
O campo, segundo ele, foi proibido como punição por tentativa de fuga na unidade.
Outro pedido, que não teria atendido, foi a desativação dos “seguros”, locais onde ficam os presos ameaçados de morte.
Ele disse que é comum ouvir o representante dos presos que existe em todo presídio.
Bonates antecedeu o agente da Polícia Federal Pedro Florêncio, exonerado do cargo da Seap nesta sexta-feira, dia 13.
Eleição de Melo
Sobre a eleição de 2014, em que o atual governador José Melo (Pros) é acusado por adversários de ter feito acordo com a facção criminosa Família do Norte (FDN), Bonates sai em defesa do governo.
Segundo ele, nunca nenhum governo apreendeu tanta droga quanto este, seja ela pertencente a qualquer das facções.
E relembra que o principal concorrente de Melo naquela eleição, o atual senador Eduardo Braga (PMDB), teria tido mais votos nas urnas dos presídios que todos os demais candidatos.
E atribui a Braga o início do processo de terceirização das unidades prisionais do Amazonas.
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