A BR-319 precisa é ser recuperada, e não construída, alerta o deputado Serafim Corrêa (PSB). Para ele, isso é o que indica decisão do TRF-1, segunda instância da Justiça Federal que proibiu realização de obras em 52 quilômetros da rodovia entre Amazonas e Rondônia.
De acordo com o deputado, a BR-319 foi inaugurada em 1976. Ela tem 45 anos. Mas, ali nos anos 1980, quando ela tinha dez anos, essa estrada foi praticamente fechada porque ela só tem passagem na época do verão. Na época da chuva ela não dá passagem.
Para Serafim, essa estrada é estratégica. “Ela é estratégica para o Amazonas, porque nos liga ao restante do Brasil, para Roraima, para Venezuela e para o Caribe. O que ela precisa é ser recuperada, restaurada. Ela não precisa ser construída. O que tinha de prejudicar o meio ambiente já prejudicou lá atrás, nos anos 1960 e 1970 quando foi construída. Não agora, que já existe o risco da selva que liga Humaitá a Manaus”.
Ele acrescenta que, o chamado “trecho do meio”, de pouco mais de 400 dos cerca de 900 quilômetros da BR, é a “grande novela”. Segundo ele, ambientalistas dizem que, se a estrada for recuperada, vai se criar a chamada “espinha de peixe”.
“Quando você une a BR-174 (Boa Vista a Manaus) e aí, atravessando o rio, você emenda com a BR-319, que vai até Porto Velho, você está fazendo a integração da Guiana, da Venezuela, de Roraima e do Amazonas ao Brasil. Essa estrada é a estrada da integração nacional, mas ela não tem sido vista assim”.
Conforme o deputado, o “trecho do meio” tem influência das águas dos igarapés e rios que cortam a rodovia. Isso faz o leito da rodovia desmoronar aos poucos.
“Espinhas de peixe vão derrubando as matas às margens das estradas e é isso que os ambientalistas temem e criam caso. Esse trecho do meio deve ser uma estrada-parque, com vigilância ambiental permanente que permita cuidar da estrada de tal forma que não se faça qualquer ocupação”.
Leia mais
Sem licença ambiental, obra da BR-319 é suspensa pela Justiça
BR-319, a prova de fogo de Bolsonaro sobre meio ambiente e Amazônia
Crea e ministro
De acordo com Serafim, em discurso na ALE-AM (Assembleia Legislativa) nesta terça-feira (30), o presidente do Crea-AM (Conselho Regional de Engenharia), Afonso Lins, vai se reunir com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para tratar da BR-319 .
“Espero que tenha bom resultado. A atual situação da estrada é que tem uma autorização judicial da primeira instância, mas que foi cassada pela segunda instância”, disse
No entanto, o parlamentar conclui que o TRF-1 “é considerado ‘cemitério dos tribunais’, porque quando entra lá, leva dez, vinte anos para sair e isso tem atrapalhado a vida de todos nós, amazonenses”.
Foto: Divulgação