Por Rosiene Carvalho , da Redação
O senador Eduardo Braga (PMDB), que disputou e perdeu a Eleição Suplementar para governador do Estado, declarou ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) arrecadação e gasto de R$ 5,2 milhões nos dois turnos da campanha.
O total declarado ao TRE-AM, considerando os recursos financeiros e as doações estimáveis em dinheiro, colocam os gastos de Braga equiparado aos custos declarados ao tribunal pela campanha adversária do candidato eleito Amazonino Mendes (PDT).
Amazonino informou ao tribunal que sua campanha em primeiro e segundo turno teve custo de R$ 5,3 milhões.
Mas, quando se analisa os detalhes da aplicação dos recursos, há grandes diferenças nas declarações dos dois candidatos.
De acordo com as informações prestadas ao TRE-AM nesta quarta-feira, dia 6, Braga doou à sua campanha um valor de R$ 200 mil. Recursos de doações individuais de pessoas físicas somaram R$ 1,3 milhões.
O maior montante, no entanto, veio de recurso de partido político: R$ 3, 5 milhões. Há, ainda, R$ 8 mil proveniente, segundo a declaração de receita do candidato, de “rendimentos de aplicação financeira”.
Diferenças
Segundo a prestação de contas apresentada ao TRE-AM, Braga gastou R$ 378.250 mil com despesas de transporte ou deslocamentos durante a campanha.
O adversário que o derrotou nas urnas declarou quase o dobro com este item: R$ 628 mil.
Com publicidade de campanha impressa ( cartazes, praguinhas e informativos, em geral) Braga declarou gasto superior ao de Amazonino: R$ 210.819,70, enquanto o adversário que o derrotou diz ter gasto neste item R$ 182.120 mil.
Por outro lado, Amazonino foi mais mão aberta nos gastos na campanha na internet enquanto Braga, em comparação ao que foi declarado pelo adversário, economizou.
Amazonino indicou que desembolsou R$ 423.605 na campanha feita na internet por meio de criação e inclusão de páginas na internet. Braga declarou gasto de R$ 90 mil.
Um dos maiores gastos de campanha de Braga nesta eleição suplementar foi com pesquisas ou testes eleitorais: R$ 391 mil. Em vários momentos da campanha, quando questionado sobre as pesquisas publicadas, Braga tentou desqualificar as mesmas e demonstrou irritação com os resultados.
A campanha da coligação “União pelo Amazonas” informou ter gasto R$ 1,453 milhões na produção de programas de rádio e TV. O valor equivale a R$ 1 milhão a mais do valor declarado pela campanha de Amazonino Mendes, que informou ter gasto neste item R$ 412 mil.
A propaganda em rádio e TV foi considerada o diferencial na construção da imagem de Amazonino junto ao eleitorado que decidiu votar nele e um dos principais pontos fracos de Braga na sua estratégia eleitoral.
Outro detalhe da prestação de contas de Braga apresentada ao TRE-AM é que o ex-secretário de Fazenda de sua gestão no Governo do Estado, Isper Abrahim, assina os documentos como “administrador financeiro” da campanha.
Despesas estimadas
O BNC acessou os dados da prestação de contas de Eduardo Braga por meio do link do Processo Judicial Eleitoral (PJE) no site do TRE-AM. A quarta-feira era o prazo final para prestação de contas da campanha.
Os dados disponibilizados no PJE somam, tanto na arrecadação quanto nos gastos, as despesas estimadas em dinheiro.
Em geral, as despesas estimadas em dinheiro são trabalhos voluntários que também precisam ser declarados na prestação de contas, embora sejam abatidas no final para não dar impressão de sobras ou dívidas irreais nas campanhas.
No sistema DivulgaCand, que ainda não disponibilizou todos os dados, essas despesas estimadas em dinheiro serão abatidas do total de gastos. Mas, não representam a maior parte das despesas dos candidatos.
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