Israel Conte , da redação
O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) disse nesta segunda-feira, dia 15, que a canetada do presidente Jair Bolsonaro (PSL), impedindo o reajuste do preço do diesel nas refinarias pela Petrobrás, pesou mais ao país do que toda a renúncia fiscal anual da Zona Franca de Manaus (ZFM).
“A canetada custou à Petrobrás R$ 32 bilhões. São R$ 8 bilhões a mais do que todos os nossos incentivos fiscais”, criticou o prefeito.
Arthur referia-se à intervenção de Bolsonaro na última sexta-feira, dia 12, quando ligou para o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, brecando o reajuste de 5,7% no combustível.
A desistência da estatal de subir o preço do diesel, derrubou o valor de mercado da Petrobrás na Bovespa em R$ 32 bilhões.
Erros e ioiô
Na opinião do prefeito, Bolsonaro errou quando interveio e fez a estatal perder valor de mercado superior até à toda renúncia fiscal anual da ZFM, que é de R$ 24 bilhões.
“Havia um consenso que a Petrobrás não receberia mais esse tipo de intervenção. Deveria ser governada empresarialmente, sem influências políticas de quem quer que fosse. [..] E poxa vida, a Zona Franca! Numa canetada só [Bolsonaro] dá muita mais [perdas ao país] que todos os incentivos que nós recebemos […] E ainda dizendo que não era tão entendido de economia, e isso é verdade, isso é verdade”, ironizou Arthur.
O tucano também disse que Bolsonaro vai voltar atrás, assim que conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, mas que o “efeito ioiô é complicado”.
“Os meus 40 anos de política me autorizam a dizer que o presidente Bolsonaro vai voltar atrás. Poxa, você ir e voltar? Acho que é um ioiô meio complicado. Mas eu prefiro que ele volte do que fazer algo que para os investidores, para os acionistas da Petrobrás, significa, de novo, o tempo das intervenções políticas na Petrobrás que deram no desastre que já deram e nós vimos todos”, lembrou.
Bolsa Pós-Graduação
As declarações do prefeito foram dadas na sala de reunião de seu gabinete durante lançamento do edital do Processo Seletivo do Programa Bolsa Pós-Graduação 2019.
O programa oferece bolsas integrais (100%) e parciais de 50% ou 75% em cursos de pós-graduação para estudantes de baixa renda. Nesta edição, o programa conta com a parceria de 10 Instituições de Ensino Superior (IES). Saiba mais aqui.
Foto: BNC