Caso Marielle: Alberto Neto concorda com prisão de Chiquinho Brazão
Parlamentar elogiou o trabalho da Polícia Federal que conseguiu chegar aos mandantes do crime

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 26/03/2024 às 17:52 | Atualizado em: 26/03/2024 às 18:25
Único deputado do Amazonas titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Alberto Neto (PL) esteve na sessão desta terça-feira (26) que adiou a votação do parecer sobre a prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018.
O parlamentar elogiou o trabalho da Polícia Federal (PF) que conseguiu chegar aos mandantes do crime e do trabalho do deputado Darci de Matos (PSD-SC), relator do processo, para quem está presente o flagrante delito que justifica a prisão do parlamentar.
“Fica muito claro que o pedido de prisão foi legal, porque foi o mesmo argumento utilizado com o ex-senador Delcídio do Amaral do PT na Lava Jato. Então o vento que bate em Chico tem que bater em Francisco”, defendeu na sessão.
Ainda se referindo aos governistas, o deputado amazonense diz que a esquerda passou vários anos acusando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por esse crime.
“O mínimo [que deveriam fazer] é um pedido de desculpa, de perdão. Porque o presidente Bolsonaro queria federalizar essa investigação, e foi comprovado que o ex-chefe da Polícia Civil estava envolvido também no crime”, diz.
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Sob os gritos de “assassino”, o próprio Chiquinho Brazão [videoconferência] usou a palavra na sessão para se defender. Disse que tinha “um ótimo relacionamento” com a vereadora.
Os deputados Gilson Marques (Novo-SC), Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP) pediram o adiamento da sessão que foi aceito pela presidente do colegiado, Carol De Toni (PL-SC).
O prazo regimental para retornar ao debate será de duas sessões e 72 horas. Caso a CCJ não vote nesse tempo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode levar a matéria para ser votada diretamente no plenário.
Flagrante
De acordo com a Constituição, um deputado federal só pode ser preso em flagrante delito de crime inafiançável.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou ofício à Casa confirmando que o flagrante foi por crime de obstrução de Justiça em organização criminosa.
Depois da CCJ, a prisão precisa ainda ser confirmada por maioria absoluta dos deputados em votação aberta no plenário.
O deputado e o seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), estão presos como acusados de mandantes do crime.
Também está preso o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusado de participar ativamente do plano e também de obstruir as investigações.
Foto: divulgação