As 11 centrais sindicais brasileiras lançaram nesta quinta-feira (17) uma campanha pela manutenção do valor do auxílio emergencial em R$ 600 até o mês de dezembro.
A mobilização inclui um abaixo-assinado e peças de divulgação com palavras de ordem como #600peloBrasil e “Bota pra votar já, Maia”.
A partir da próxima semana, os representantes das centrais devem começar articulações com parlamentares da oposição e que sejam simpáticos à manutenção do valor do benefício.
Os sindicalistas também já solicitaram audiências com os presidentes da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
No início de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encaminhou ao Congresso Nacional uma medida provisória reduzindo o valor do auxílio pela metade.
Além da redução para R$ 300, a MP 1.000 cortou também o alcance do benefício, o que resultará na exclusão de 6 milhões de pessoas.
O benefício começou a ser pago em abril a beneficiários do Bolsa Família, trabalhadores desempregados e autônomos que ficaram sem poder trabalhar devido às políticas de quarentena e distanciamento social.
A preocupação das centrais sindicais é que o governo atue para que a MP não seja votada e perca a validade após 120 dias de entrarem em vigor.
Articulações nos estados e municípios
Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, as articulações regionais, nos estados e municípios serão importantes para que a campanha ganhe força.
“A crise econômica e social em consequência da pandemia teria sido muito mais grave se não fosse o auxílio emergencial”, declarou Torres.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sergio Nobre, disse que as centrais precisam marcar posição. Ele defende que o pagamento dos R$ 600 foi uma conquista do movimento sindical.
“O governo dizia que não tinha dinheiro, depois que só podia pagar menos. Esse valor saiu por pressão do movimento sindical e o governo tem condições de manter o valor”, afirmou.
Centrais reivindicam autoria do auxílio
O presidente da UGT (União Geral do Trabalhadores), Ricardo Patah, afirmou que o valor do auxílio foi importante para manter alguma atividade no setor de comércio e serviços.
Presidente da CTB (Central do Trabalhadores do Brasil), Adilson Araújo, disse que as centrais devem brigar pela autoria do benefício.
“O governo capitaliza o efeito positivo do benefício, mas quem brigou com ele foram as centrais, os movimentos sociais. O Bolsonaro foi contra o auxílio emergencial e temos que desmascará-lo”, disse Araújo.
O manifesto pela manutenção do valor atual do auxílio emergencial é assinado por CUT, Força, UGT, CTB, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Intersindical, CSP-Conlutas, Intersindical e Pública.
*Com informações da FolhaPress
Foto: Divulgação
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