O exemplo que deu o presidente da República, que quer vaga para uma filha no Colégio Militar de Brasília sem passar por processo seletivo, desnudou como é que funciona o acesso a uma vaga nessas escolas, mantidas pelo dinheiro público.
Conforme revela o portal Metrópoles , hoje, a quatro cada vagas, só uma fica para estudante que não é parente de militar. Com um detalhe: só por concurso.
Para os demais, basta que o comandante do Exército queira que ele vire aluno de colégio, primeiro passo para uma carreira que pode levá-lo a esse posto.
Até mesmo o Colégio Militar de Manaus, sede do Comando Militar da Amazônia (CMA) e de vários quartéis, segue essa tendência.
Para alguns, trata-se de “privilégio absurdo”.
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Pública, mas para um público
Além disso, um cálculo rápido revela que o recurso público passado a esses colégios por aluno é, por baixo, 363% maior que aquele que vai para as escolas dos “mortais”, via Fundeb (fundo da educação).
Especialista em educação atribui esse abismo a um dos fatores que, portanto, reforçam a propaganda de militarização de escolas. Não há dúvida que, dessa maneira, o ensino nos colégios militarizados tende a ter melhor qualidade que na pública.
“A escola pública deveria pertencer a todos e não apenas a um público”, afirmou a especialista.
Foto: Divulgação/Colégio Militar de Manaus