Menezes tenta botar banca em reunião, mas leva bronca do vice-governador
Superintendente da ZFM reivindicava protagonismo de ações, até que Carlos Almeida afirmou: "Não será a Suframa"

Neuton Corrêa, da Redação
Publicado em: 03/04/2020 às 16:47 | Atualizado em: 03/04/2020 às 17:27
O superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), coronel Alfredo Menezes Júnior, foi enquadrado publicamente hoje (3). Durante reunião na sede do Governo do Estado, ele teve seu ímpeto frustrado e acabou repreendido pelo vice-governador Carlos Almeida.
Menezes Júnior, portanto, participava de reunião com representantes de instituições de tecnologia e pesquisa, do comércio e da indústria. Carlos Almeida presidia o evento.
Repentinamente, em típico arroubo militar, o reservista do Exército reclamou da ausência do governador Wilson Lima (PSC) na reunião. De acordo com participantes do encontro, fez isso de forma arrogante, se dirigindo a secretário do governo com desprezo e desrespeito:
“Eu não sei como é o seu nome”.
Posteriormente, o chefe do coronelato instalado na Suframa quis afrontar o vice-governador. Para quem participava da reunião, a inquietação de Menezes Jr. foi porque não tinha o protagonismo do encontro.
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Porém, o coronel talvez não esperasse ser duramente retrucado por Carlos Almeida, que estranhando o tom, disse:
“Não será a Suframa.”
Neste momento, conforme participantes da reunião, fez-se um silêncio total. E o vice continuou:
“Quem conseguiu isso foi o Governo do Amazonas. Determinação do governador. Quem vai assumir é o Governo do Amazonas”.
Depois, Menezes Jr. teria dito:
“Eu não vou discutir isso”, insistindo que havia deliberação anterior por uma ação conjunta.
Como resultado disso, ouviu mais de Carlos Almeida:
“Como o Governo do Amazonas vai ser um cliente prioritário, será o estado do Amazonas que vai assumir. É o estado do Amazonas que assume a gestão do sistema público de saúde aqui”.
Já adotando um tom diferente do seu arroubo, o superintendente da ZFM concordou:
“Isso todo mundo entendeu. Nós não vamos discutir isso. Foi deliberado com relação ao desenvolvimento desses protótipos”.
Finalizando o mal-estar causado pelo coronel da Suframa, o vice-governador afirmou:
“Mas, está muito claro! Vai ser o estado do Amazonas. É por isso que eu estou aqui”.
E Menezes Jr., parecendo ter entendido o recado, concordou:
“Tá bom!”
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Conforme a pauta, estava em discussão o emprego de empresas do polo industrial da ZFM na fabricação de produtos contra o coronavírus. No Amazonas, portanto, é do Governo do Estado a coordenação integrada das ações.
Quanto ao surto de estrelismo do coronel da Suframa, nos bastidores do governo se avaliou que ele sofre por estar distante das ações pela saúde da população.
Afinal, até a semana passada ele era dos mais entusiasmados na campanha puxada pelo seu compadre-chefe contra o isolamento social. Justamente ele, um agente público do governo, também contrariando orientação do Ministério da Saúde e da OMS.
Foto: Márcio Azevedo/Secom