Por Iram Alfaia , de Brasília
Na mesma linha de todas as universidades brasileiras, o corte de verbas no orçamento da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi feito nos gastos discricionários, ou seja, os que mantêm em funcionamento a instituição como a compra de equipamentos, pagamento de água, luz, bolsas acadêmicas e de funcionários terceirizados.
Dos R$ 145,4 milhões destinados para essas atividades, o Ministério da Educação (MEC) bloqueou R$ 36,8 milhões.
Os gatos obrigatórios de R$ 512,4 milhões, usados para pagar salários dos servidores e aposentados, foram preservados.
Dos R$ 4,6 milhões destinados pelos parlamentares da bancada do Amazonas, por meio das emendas individuais ao Orçamento da União deste ano, R$ 350 mil também foram bloqueados.
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As emendas dos parlamentares são todas direcionadas para as áreas de investimento e custeio da Ufam, sobretudo nos projetos das unidades do interior do estado.
Os dados são do Painel de Cortes divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). A pesquisa é feita com base no Sistema de Administração Financeira do Governo Federal (SIAF).
Interior prejudicado
O painel mostra que 32.083 estudantes, 6.516 vagas, 2.656 mestrandos e doutorandos, 109 cursos e seis unidades da Ufam no interior estão prejudicadas com os cortes feitos pelo governo federal.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte, diz que os recursos são usados principalmente para o pagamento de energia elétrica e vigilância, que comprometem a maior parte dessas despesas. Além disso, são usados para pagar serviços de limpeza, manutenção predial e de equipamentos, conta de luz e telefone.
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Segundo ele, as universidades hoje operam no limite dessas contas. “Os contratos que a universidades têm hoje em execução são necessários para o funcionamento. Dificilmente vai ter possibilidade de redução desses contratos”.
Para reverter a situação, o presidente da Andifes diz que a entidade vai apresentar um detalhamento das contas ao MEC. “Estamos trabalhando na perspectiva de que vamos convencer o governo federal da necessidade da liberação de 100% do orçamento de custeio das universidades, para que elas fechem o ano de 2019”.
Foto: BNC