O compartilhamento de informações e experiências para reforçar uma atuação conjunta de instituições públicas contra o crime organizado na Amazônia foi o objetivo de encontro promovido pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) nesta quarta, dia 11.
Na abertura do evento, o 1º Encontro de Órgãos de Persecução Penal da Amazônia Legal, Colômbia e Peru, o procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro, abriu o evento dizendo que essa integração de informações já poderia ter ocorrido há mais tempo.
“Hoje o assunto é tratado de forma bilateral. Quer dizer, um órgão se comunica com o outro em uma situação pontual, quando o caso requer, e não todos os órgãos de forma sistêmica, harmônica e de forma contínua”, afirmou.
Segundo Monteiro, essa integração contra o crime organizado pode combater o tráfico de drogas e armas na tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru.
“A droga e as armas têm entrado e reforçado as facções criminosas, causando desdobramentos tanto na parte da segurança pública quanto no sistema prisional dos estados”, disse o procurador-geral.
O procurador-geral de Justiça do Acre, Oswaldo Lima Neto, disse que essa experiência de intercâmbio com instituições até de outros países tem resultado positivo no estado.
Para o chefe de operações do Comando Militar da Amazônia (CMA), general Algacir Polsin, pouco adianta se o trabalho do Exército na região de fronteira for de forma isolada.
“É muito importante que nós mantenhamos sempre essa ligação e busquemos aperfeiçoar esse trabalho permanentemente”, afirmou.
O secretário-executivo de Segurança Pública do Amazonas, coronel PM Amadeu Soares, disse que é preciso melhorar a cooperação entre as agências, para interiorizar as ações.
“Temos de somar esforços com os órgãos federais competentes pelas ações de fronteiras para reduzir a passagem de armas e drogas pela fronteira”, disse o secretário, na reunião representando o titular da SSP-AM, Bosco Saraiva.
Ao fim do encontro, os participantes assinaram a carta de Manaus sobre interlocução, pró-persecução penal e ações investigativas entre agentes públicos competentes.
Trata-se de um compromisso de cooperação e articulação, de forma célere, nas atividades de prevenção e combate à corrupção, à lavagem de dinheiro, à malversação de recursos públicos e às organizações criminosas.
“A assinatura da carta de Manaus deixa muito claro a imperiosa necessidade de compartilhamento de informações e para que seja efetivamente implementado aquilo que foi tratado em plenário”, disse Fábio Monteiro.
Assinaram a carta procuradores-gerais de Justiça dos ministérios públicos estaduais da Amazônia Legal, chefes e representantes do CMA, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), SSP-AM, Polícia Militar e consulados da Colômbia e do Peru.
Foto: Divulgação/Assessoria MP-AM