Cúpula da CPI da covid faz desafio público a Bolsonaro sobre Covaxin
No cercadinho dos seguidores, o presidente da República manteve o silêncio sobre as suspeitas de corrupção que rondam o seu governo

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/07/2021 às 13:38 | Atualizado em: 08/07/2021 às 13:38
Em reação a novos ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro, a cúpula da CPI da covid lançou-lhe hoje (8) um desafio público. Foi por intermédio do presidente, o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Trata-se de cobrança para que ele se manifeste sobre denúncias do deputado Luís Miranda (DEM-DF). Este e seu irmão, funcionário do governo, disseram na CPI que Bolsonaro prevaricou. Segundo eles, foi por prometer e não mandar apurar irregularidades no processo de compra da vacina indiana Covaxin. Isso foi há quase duas semanas, pois.
Desde então, portanto, Bolsonaro calou sobre as acusações. Ao mesmo tempo, intensificou os ataques a Aziz e aos senadores. Preferencialmente, Renan Calheiros (relator) e Randolfe Rodrigues (vice).
Como ambiente preferido para isso, Bolsonaro usa o cercadinho à porta de sua residência oficial. Nesse local, em que reúne só seus seguidores, ele passa a destilar ataques, sobretudo, e a fazer piadas que têm graça só para a sua claque.
Leia mais
Corrupção no governo deixa Bolsonaro com urticária da CPI, reage Aziz
Resposta é cobrada
Como reação, logo depois de um dia tumultuado por nota militar do governo Bolsonaro, Aziz anunciou o desafio. Vai ser em forma de uma carta enviada ao presidente em nome da cúpula da CPI.
“Hoje, eu, o vice-presidente e o relator estamos mandando uma pequena carta ao senhor [Bolsonaro]. Para [ele] dizer se o deputado Luís Miranda está mentindo. É só uma resposta, presidente. Só uma que o Brasil quer ouvir de vossa excelência. Por favor, presidente!”.
Em suma, Aziz e a CPI querem que Bolsonaro diga se os Mirandas estão mentindo. E, também, “que o seu líder na Câmara é um homem honesto. Vossa excelência está perdendo oportunidade”.
Leia mais
Mudança de status de depoente
O relator tirou Francieli Fantinato da lista de investigados pela comissão. Foi durante o seu depoimento, hoje. Ela estava ali, portanto, por ter sido coordenadora do programa de imunização (PNI) do Ministério da Saúde,
Dessa forma, Calheiros atendeu a um pedido do vice Randolfe Rodrigues.
Conforme o relator, isso se deu “em razão dos fatos que essa CPI permite esclarecer”. Em decorrência, as quebras de sigilo aprovadas contra a ex-coordenadora foram igualmente anuladas.
Para respaldar as decisões, portanto, o plenário da comissão também votou e aprovou.
Leia mais no G1.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado