David Almeida faz barba, cabelo e bigode nas comissões da CMM

Presente de aniversário antecipado | Prefeito devolveu derrota que sofreu nas eleições para os cargos da Mesa Diretora da Casa, em dezembro

07/02/2023 18:03

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas

O prefeito David Almeida (Avante) devolveu hoje a derrota que sofreu em dezembro na eleição para a presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM).

Naquela disputa, ele perdeu o embate ao apostar na candidatura de Elan Alencar (Pros).

Este, perdeu para Caio André (PSC), que se alinhou ao governador Wilson Lima (União) e a uma ala de vereadores da base governista que não seguiram a liderança de David Almeida.

Mas, nesta terça-feira, 7, ante ao clima de rebelião na sua base, o prefeito impôs sua liderança.

Rebeldes querem impor nova derrota a David Almeida hoje

Numa articulação que atravessou a madrugada e envolveu ações externas de partidos aliados, ele evitou nova derrota, já cantada pelo polo rebelde.

O prefeito David Almeida não só reconquistou espaços, como, também, fez barba, cabelo e bigode, ficando com todos colegiados e todos cargos mais importantes das 22 comissões.

Antes, os rebelados tentavam atenuar o confronto com o prefeito partilhando os colegiados meio a meio: 11 comissões para cada lado.

Mas não abriam mão dos principais órgãos, entres eles as comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Economia e Finanças (CAE), Educação e Saúde, por exemplo.

Brios feridos

Algumas das movimentações de David Almeida e sua base mexeram no núcleo e no moral da resistência.

Para se ter ideia, ele tirou a vereadora Yomara Lins (PRTB), vice-presidente do Poder, da ala rebelde e a utilizou para compor maioria na eleição das comissões.

Outra pedra do tabuleiro que mexeu com o brio de seus oponentes foi o vereador Gilmar Nascimento (União), que ficou com a mais importante comissão, a CCJ, da qual agora é presidente.

Gilmar era tratado pela ala insatisfeita como traidor do grupo, por não ter votado em Caio André.

Outra movimentação que abateu os rebeldes foi a que envolveu o vereador Marcelo Serafim (PSB).

Marcelo queria a comissão de saúde, mas ficou fora de todos cargos de titularidade nos 22 colegiados.

Além disso, ele teve que ficar com um prêmio de consolação, de coordenador parlamentar da CMM.

Ironicamente, o cargo que ele queria ficou com Elan Elencar, o derrotado de dezembro.

David Almeida encontra hoje sua base, dividida

Todos os esforços

O sinal mais claro de que o prefeito David Almeida entrou de cabeça na história foi na meteórica troca de partido do vereador Jander Lobato.

Eleito pelo PTB em 2020, ele estava no PSB, mas hoje assinou ficha do PP (Progressistas).

O detalhe é que o prefeito apareceu na foto que Jander fez para anunciar o novo abrigo partidário.

Mas o objetivo do troca troca não era apenas partidária, mas parte da articulação para minar a resistência parlamentar.

É que, no PP, ele foi indicado pelo presidente da sigla, o vice-prefeito Marcos Rotta, a líder da sigla e, assim, tirou a colega de partido Thaysa Lippy da disputa pela presidência da CCJ.

Outra movimentação externa contou com a ajuda do presidente estadual do PSDB, Plínio Valério.

O tucano pôs Raulzinho na liderança da legenda na CMM e este rifou Rosivaldo Cordovil da briga pelas comissões.

Outra movimentação partidária externa teve a ajuda do ex-prefeito Alfredo Nascimento, presidente estadual do PL.

Ele trocou a liderança do partido na Casa. Alfredo deu o posto para o vereador Professor Samuel, que virou presidente da Comissão de Educação.

Assim, desbancou a colega Professora Jacqueline, que era cotada pela ala rebelde para a função.

Festa de aniversário antecipada

Os vereadores da base de David Almeida disseram que o esforço que fizeram para conquistar os espaços na CMM foi para dar um presidente de aniversário ao prefeito.

Nesse caso, um presente antecipado, porque será a mudança de data.

O prefeito, por sua vez, já convidou os parlamentares para um café da manhã, amanhã.

Divisão acentuada

Por outro lado, vereadores derrotados consideram o empenho do prefeito uma acentuação da divisão da Casa, com possibilidade de criar oposição à sua gestão.

Mas os governistas acham que a movimentação de hoje vai neutralizar o motim e isolar parlamentares resistentes.

Foto: divulgação/Semcom