A exibição de força política pelo PSB para filiar o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), David Almeida, vai além do barulho que ocupou o local do evento na tarde desta quinta, dia 22.
Essa força, cujo desafio é mantê-la na intensidade mostrada no ato de filiação, reunindo partidos de esquerda derrubados do poder nacional e legendas regionais que tentam sair das sombras das tradicionais lideranças do Amazonas, tem o que hoje é moeda fundamental em uma campanha eleitoral: representatividade na Câmara dos Deputados.
Caso estejam aliançados até agosto para apoiar o projeto de David e do PSB de chegar ao Governo do Estado, essa presença na câmara federal traduz-se em uma força política de muito mais de um terço da casa.
Força grupal
Isso significa dizer que, em possível coligação com PT, PCdoB, PP, PTB, Podemos, Pros, Avante e PSL, o PSB comandado por Serafim Corrêa chegaria às eleições 2018 com tempo de TV e fundo partidário suficientes para fazer frente aos demais grupos partidários que estarão em outras campanhas.
Como o MDB, de Eduardo Braga, o PSDB, de Arthur Neto, o PSD, de Omar Aziz, o PR, de Alfredo Nascimento, o DEM, de Pauderney Avelino, o PDT do atual governador Amazonino Mendes.
Hoje estas legendas concentram a maior força política no Congresso Nacional.
Juntos, os partidos que estiveram ontem na filiação de David, somam 193 parlamentares, ou seja, 37% da Câmara dos Deputados, fator de peso na divisão do tempo de campanha na mídia e na definição de quem participa dos debates.
Palanques
O problema, no entanto, é que, nacionalmente , esses partidos estarão em campos opostos, atrás de palanques diferentes nos estados por seus candidatos à Presidência da República.
Esse é o caso do PSL, que já lançou o deputado Jair Bolsonaro; do Podemos, com o senador Álvaro Dias; do PCdoB, com a deputada Manuela D’Ávila.
Outra variável que ainda não está ajustada na articulação desse grupo em torno de David são os interesses internos. A começar pela ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP), que também quer disputar o Governo do Estado.
E ambos, tanto ela quanto David, declararam ter um acordo de que as pesquisas é que definiriam qual dos dois seria o candidato a governador. É possível que Rebecca tenha percebido ontem que a coisa pode não mais ser bem assim.
Há também o caso do PT. Partido orgânico, estruturado, que segue orientação de cima. Isso vai muito além dos desejos do presidente estadual.
Surge ainda a última novidade nos nomes cogitados para disputar o governo, que é o de Ulisses Tapajós , que estaria se filiando ao PTB do genro Cirilo Anunciação .
São exemplos do quanto David e o PSB terão de se esforçar para manter a força demonstrada no prestígio que representantes de vários partidos emprestaram à filiação do ex-PSD.
Foto: BNC