Por Rosiene Carvalho, Da Redação
O secretário de Estado de Administração Penitenciária (Seap), coronel Cleitman Rabelo, declarou que o delegado Gustavo Sotero será o principal alvo de facções criminosas caso seja transferido para qualquer uma das unidades prisionais do Estado.
Cleitman Rabelo afirma que o sistema prisional do Amazonas não está totalmente estabilizado.
“Em uma eventual crise no sistema, certamente, o policial Gustavo de Castro Sotero, será um dos principais alvos das facções criminosas, caso esteja custodiado no Estabelecimento Prisional Comum”, afirma o secretário da Seap.
A declaração de Cleitman foi dada num ofício em resposta à consulta feita pela juíza do 1º Tribunal do Júri, Mirza Telma à Seap. O questionamento da juíza ao secretário ocorreu em função de um pedido feito na audiência de custódia, no domingo, pelo Ministério Público, após o assassinato do advogado Wilson Filho.
O delegado Gustavo Sotero está preso na carceragem da Delegacia Geral desde sábado, dia 25, quando foi preso em flagrante após matar com uma arma do Estado o advogado Wilson Filho. Os disparos ocorreram depois do delegado ser alvo de uma agressão física resultado de uma discussão na casa noturna Porão do Alemão, zona Centro-Sul de Manaus.
Presídios instáveis
No ofício, o secretário declara ainda que “não existe unidade prisional no Estado do Amazonas que possua dependência segura e isolada dos demais presos para custódia de um policial”.
“O presente caso se torna ainda mais grave, uma vez que não se trata de ex-policial, mas sim um policial civil da ativa”, afirma Cleitman.
No massacre do dia 1º de janeiro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), os presos do seguro foram os principais alvos das mortes violentas com presos esquartejados.
O seguro é o local isolado das prisões onde ficam os presos que correm risco de morte e ameaças no sistema prisional, como os policiais por exemplo.
No massacre do Compaj, o ex-policial militar Moacir Jorge da Costa, o “Moa”, foi um dos mortos. Ele estava no seguro, segundo a Seap informou na ocasião.
“O sistema prisional não encontra-se totalmente estabilizado, fato que é de conhecimento do sistema judiciário, Ministério Público e demais autoridades do Estado”, disse o secretário no ofício.